A C&A reapresentou o pedido de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O objetivo da varejista, que enviou seu prospecto para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é arrecadar cerca de R$ 2 bilhões.
Segundo o prospecto preliminar da operação, os recursos obtidos pela C&A com a tranche primária de ações serão usados para pagar empréstimos intracompany e para expansão orgânica do grupo.
Resultados positivos
No prospecto, a C&A informa que registrou uma receita líquida de 5,17 bilhões de reais no ano passado. Um resultado que representa um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. Por sua vez, o lucro líquido em 2018 foi de 173,6 milhões de reais. Um crescimento de 79,2% em relação a 2017.
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O IPO da C&A será coordenado pelos seguintes bancos:
- Morgan Stanley (NYSE:MS)
- Bradesco (SA:BBDC4)
- BBI
- BTG Pactual (SA:BPAC11)
- Citi
- Santander (SA:SANB11)
- XP Investmentos
Plano de expansão da C&A
A C&A detalhou no documento um plano de expansão que prevê a abertura de 159 novas lojas no Brasil. Além disso, a empresa também pretende melhorar sua plataforma de comércio eletrônico e as ofertas de produtos financeiros.
A varejista deveria abrir mais um centro de distribuição para apoiar esse plano de crescimento. Ao mesmo tempo serão realizadas aquisições de outras empresas.
A acionista vendedora na oferta secundária será a família Brenninkmeijer, dos irmãos Clemens e August cujas iniciais deram origem à marca na Holandesa em 1861.
A venda do lote secundário será realizada por meio da Cofra Investments e Incas SA. Dois veículos de investimentos baseados no Luxemburgo e controlados pela família fundadora da C&A.
Longa história no Brasil
A C&A chegou no no Brasil em 1976, abrindo sua primeira loja no shopping Ibirapuera, em São Paulo. Atualmente, a gigante varejista tem 282 lojas físicas no País. Ela é a segunda maior empresa do segmento em termos de receita líquida entre as companhias listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
O IPO da C&A representa mais uma abertura de capital de uma grande empresa no Brasil anunciada nas últimas semanas. O objetivo é evitar uma disputa pela atenção dos investidores com grandes planos de privatização de empresas públicas. Um movimento que deveria ocorrer nos próximos meses.
O governo federal se prepara para abrir o capital de diversas estatais ou de partes delas, como braços da Caixa Econômica Federal e da Eletrobras (SA:ELET3).
Além disso, outras empresas estão aguardando para poder abrir seu capital. Entre os IPOs em análise na CVM estão:
- Vivara
- Banco BMG
- Iguá Saneamento.
Por sua vez, a Cyrela (SA:CYRE3) Commercial Properties, a divisão de imóveis comerciais da construtora Cyrela , também poderia realizar uma oferta subsequente de ações (follow on) este ano.
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Em 2019 já abriram o capital na B3 a SBF (dona da rede de lojas de artigos esportivos Centauro) e a Neoenergia. Além disso, foram realizadas também ofertas subsequentes de ações da Petrobras (SA:PETR4), da rede de postos de combustíveis BR Distribuidora (SA:BRDT3) e da Linx (SA:LINX3).
A C&A tinha publicado no final de agosto um documento sobre o IPO no site da CVM. Entretanto, no dia 5 de setembro o documento tinha sido retirado do site da Comissão.