O aumento da busca por ativos de renda fixa entre os brasileiros é evidente. O número de investidores nesse segmento chegou a 17,7 milhões no segundo trimestre de 2024, de acordo com dados divulgados pela B3, e o valor sob custódia atingiu R$ 2,3 trilhões. Em meio a esse cenário, além do tradicional Tesouro Direto, títulos como CDB, LCI e LCA vêm ganhando popularidade.
A busca crescente por investimentos em renda fixa é impulsionada pela retomada do ciclo de alta dos juros no Brasil. Em agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 10,75% ao ano, com uma previsão de 11,25% para o fim de 2025, segundo o Boletim Focus da última segunda-feira (28).
Com isso, ativos que seguem o CDI, como CDBs, LCIs e LCAs, vêm oferecendo rendimentos mais competitivos, atraindo diversos perfis de investidores.
Dada a diversidade de títulos de renda fixa no mercado, é essencial compreender as diferenças entre eles. Afinal, cada título apresenta especificidades em termos de destinação de recursos, tributação e liquidez, o que influencia diretamente a rentabilidade e a adequação do investimento ao perfil de cada investidor.
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Para explicar melhor as diferenças, Bruno Ribeiro, assessor de investimentos da Status Invest Assessoria, destaca que cada título possui uma destinação específica dos recursos.
“As principais diferenças entre CDB, LCI e LCA são principalmente o destino que esse capital tem. Quando se trata de CDB, você está emprestando dinheiro ao banco; já uma LCI, os recursos são destinados para que o banco financie o setor imobiliário; e uma LCA, os recursos captados são destinados a projetos específicos, nesse caso, do agronegócio”, destacou Ribeiro.
Outra diferença relevante é a tributação. Enquanto as LCAs e LCIs são isentas de imposto de renda, o CDB possui a tributação sobre os rendimentos por meio de uma tabela progressiva. “Quanto maior for o tempo investido menor será a alíquota, começando em 22,5% em até 180 dias e chegando em 15% para prazos superiores a 720 dias”, explica ele.
Com a recente alta da Selic, os três títulos apresentam rentabilidade competitiva. No entanto, de acordo com o especialista, o CDB geralmente oferece uma taxa bruta maior. “Em termos de rentabilidade, os CDB vão ter uma taxa maior, porém, quando fazemos a conta que chamamos de gross up, vemos que a LCA e LCI estão com taxas parecidas aos CDB,” explicou Bruno.
Segundo ele, esses títulos são interessantes tanto para investidores mais conservadores quanto para aqueles que buscam liquidez imediata, como na construção de uma reserva de emergência. Com isso, a escolha da melhor classe depende do perfil e das necessidades de cada investidor. Enquanto o CDB oferece rendimentos mais elevados, a isenção fiscal de LCI e LCA pode igualar a rentabilidade dos títulos.
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