A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara convidou o ministro da Economia, Paulo Guedes, para falar sobre a reforma da Previdência na próxima quarta-feira (3).
Mais cedo o ministro Paulo Guedes cancelou a sua ida ao Congresso. Ele foi convidado para participar de um encontro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e teria oportunidade de defender pessoalmente a reforma da Previdência.
A CCJ é a primeira etapa para a aprovação da reforma, que foi enviada ao Congresso em fevereiro. Nessa comissão, será analisado pelos deputados se a proposta elaborada pela equipe econômica de Paulo Guedes, e chancelada por Jair Bolsonaro, está de acordo com a Constituição.
O motivo pode ter sido um boicote que era articulado por líderes de partidos independentes ao governo, descontentes com a relação entre Executivo e Legislativo. “É melhor nem vir mesmo. Já tínhamos sugerido isso na semana passada”, declarou à Folha o líder do PP, Arthur Lira. Lideranças de PSDB e PR também comemoraram o cancelamento de Guedes.
Caso o texto seja aprovado, a próxima etapa é a avaliação da comissão especial, onde o conteúdo será analisado pelos parlamentares.
A proposta é considerada pelo governo uma medida prioritária para a recuperação das contas públicas. De acordo com a equipe econômica, caso seja aprovada, a economia será de R$ 1 trilhão em 10 anos.
Saiba mais: Após abrir fogo contra ‘velha política’, Bolsonaro tenta pacificar relações
Saiba mais: Reforma da Previdência: Maia pede diálogo para aprovar proposta
Tramitação em Risco
A tramitação da proposta fica ainda mais complicada sem que Guedes explique a reforma aos deputados.
De acordo com o secretário especial da Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, a ida do ministro iria “distensionar” o ambiente político, que está rachado devido a troca de farpas entre o presidente da República Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
As divergências públicas estão relacionadas a quem deve articular a proposta para que ela seja aprovada.
Enquanto Bolsonaro dizia que a responsabilidade era do Congresso, Maia afirmava que o governo não pode “terceirizar” a articulação política. Maia ainda falou de desistir da articulação, por conta da falta de movimentação do governo em prol da reforma.
O presidente da República afirmou que não deu motivo para Maia agir dessa forma. De acordo com o “O Globo”, o presidente da Câmara ficou insatisfeito com as críticas feita pelo vereador Carlos Bolsonaro, pelas redes sociais.
Durante um encontro com prefeitos em Brasília, Paulo Guedes afirmou que há um “problema de comunicação” na articulação da reforma da Previdência.