O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra para as ações da CBA (CBAV3). Embora tenha reduzido o preço-alvo, que de R$ 24 passou para R$ 17, o banco de investimentos prevê uma curva positiva no próximo ano devido às melhores perspectivas de longo prazo — são esperados preços futuros do alumínio acima dos atuais.
“Vemos realidades distintas entre algumas das commodities sob nossa cobertura, mas em geral estamos mais otimistas com as perspectivas para 2023. É importante sinalizar que algumas delas, como alumínio e aço, estão sendo negociadas com preços muito abaixo do custo”, pontuam os analistas do BTG Pactual.
No relatório, entre os principais percalços atuais para as ações da CBA, destaca-se a economia chinesa. Apesar disso, o processo de reabertura do país asiático, e a retomada da demanda que será gerada, suporta a visão de analistas sobre a formação de um piso no próximo ano.
“Embora o caminho seja volátil […], acreditamos que seus recentes planos para consertar o grande choque restritivo devem seguir adiante, e esperamos que as ações antecipem tempos melhores à frente.”
Nesta segunda-feira (28), as ações do CBA fecharam com queda de 5,08%, cotadas a R$ 10,27.
CBA no 3T22: companhia reverte prejuízo e tem lucro de R$ 100 milhões
Recentemente, a companhia divulgou que seu lucro líquido chegou a R$ 100 milhões no terceiro trimestre de 2022 — revertendo o cenário em relação ao prejuízo líquido de R$ 41 milhões no mesmo período de 2021. Houve, porém, queda de 80% em comparação ao lucro registrado no segundo trimestre deste ano.
O Ebitda ajustado da CBA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no terceiro trimestre atingiu R$ 331 milhões, alta de 5% ante o mesmo período de 2021. Porém, teve variação negativa de 48% em comparação ao segundo trimestre deste ano.
Já a receita líquida atingiu R$ 2,2 bilhões no trimestre, queda de 2% ante o mesmo período de 2021 e de 4% em comparação ao segundo trimestre deste ano.
Melhores escolhas do BTG para commodities: Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3); CSN (CSNA3) é rebaixada
Os analistas do banco de investimentos destacaram que mantêm a preferência para commodities nomes como Gerdau (GGBR4), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3). Além disso, esperam que a diferenciação do desempenho das ações permaneça alto (GGBR4: 18%; USIM5: -47%; CSNA3: – 40%).
Segundo eles, com esses desempenhos, as ações da Gerdau são consideradas baratas, enquanto a Vale continua relativamente mais cara e a Suzano permanece “altamente subvalorizada”. “Mas vemos isso como a melhor maneira de ‘surfar’ a evolução positiva da história da China”, afirmam.
Outro destaque do relatório é o rebaixamento da CSN para neutro em função de:
1. aumento do risco de alavancagem em relação aos pares, principalmente na CSN;
2. menor potencial de fluxo de caixa do que seus pares;
3. falta de clareza na alocação de capital futura;
4. resultados decepcionantes da mineração desde seu IPO.
“Embora as ações estejam baratas sendo negociadas a múltiplos próximos a 3x EBITDA 23, enxergamos mais valor em outras teses do nosso universo de cobertura.”
A longo prazo: ações da CBA e a descarbonização global
Os analistas do BTG Pactual também acreditam que a CBA será beneficiada com a descarbonização global e as tendências de transição energética.
“A companhia se diferencia por utilizar 100% de fontes renováveis de energia em seu processo produtivo (no menor nível da curva de emissões globais), estando pronta para capitalizar a tendência”, dizem.
Apesar de um momento de resultados pressionado no curto prazo, segundo eles, este é um dos temas mais interessantes de longo prazo para as ações da CBA.
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