O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra para as ações da CBA (CBAV3), com o preço-alvo de R$ 24. “Compre pelo ciclo, tema de transição de energia no longo prazo e valuation”, disse o BTG em relatório que comentou sobre o resultado do 2T22 da Companhia Brasileira de Alumínio.
Para o banco de investimentos, a CBA é um dos ativos temáticos mais interessantes sob sua cobertura, dentro de uma indústria em nova tendência, após um período de excesso de oferta e baixos retornos.
O Bofa (Bank of America) também recomenda “compra” para os papéis da CBA, com o preço-alvo de R$ 18. “Em suma, mantemos nossa classificação de compra para a ação, refletindo nossa visão otimista no mercado de alumínio“, afirma o banco.
As ações do CBA fecharam em alta de 2,63%, cotadas a R$ 12,11, nesta quarta (10).
O tema de transição de energia se refere à mudança para uma matriz sem carbono, um dos focos da CBA, que produz energia em 21 usinas hidrelétricas no Brasil. Segundo o BTG, este tema está “um pouco paralisado”, com a inflação de energia e os riscos de racionamento ao redor do mundo, mas deve retornar – embora o banco não tenha dado uma estimativa precisa.
“A história agora depende de paciência para navegar nesse complicado curto prazo, e vemos um perfil de risco/retorno muito assimétrico com as ações atualmente no preço de IPO”, disseram os analistas.
Outro ponto que deixa as ações da CBA atrativas para o BTG é o seu valuation. O múltiplo EV/Ebitda do BTG para a empresa em 2022 é de 3,5x, entre 10 à 20% abaixo dos pares.
Análise do 2T22 da CBA
“Um bom trimestre, 10% acima do estimado”, afirmou o BTG Pactual sobre os números divulgados pela CBA no segundo trimestre do ano. Para o banco, a CBA apresentou um conjunto de resultados relativamente fortes, auxiliados pelos preços de alumínios mais altos, prêmios e um menor impacto de perdas de hedge.
O Bank of America considera que os preços de alumínio devem ter tendência de alta, apesar do aumento da volatilidade do alumínio no curto prazo, à medida que a China retoma o restante de cerca de 1Mt [megatonelada] da capacidade que fechou 2021, e as exportações são mais impulsionadas pela demanda ainda fraca.
O Ebitda da CBA no período foi de R$ 641 milhões, 10% acima da estimativa do BTG, de R$ 584 milhões, e 7% superior ao consenso da Bloomberg e da estimativa do Bofa. O lucro líquido atribuído aos acionistas no 2T22, de R$ 490 milhões, superou as estimativas do BTG em 137%.
O BTG explica que o momento de resultados deve seguir pressionado no curto prazo, embora a história tenha sido impactada por uma correção um tanto insustentável dos preços do alumínio. Mas o BTG está olhando para além dessas pressões no período.
Além disso, o BTG afirmou que os prêmios de alumínio surpreenderam positivamente contra as suas estimativas: “Calculamos que os prêmios primários chegaram a US$ 611/t (+9% vs. BTGe [estimativa do BTG]), alta de 15% t/t. Os prêmios de downstream subiram 21% t/t, para US$ 2.029/t (+6% vs. BTGe)”, concluiu o banco.
No lado de vendas, o segmento caiu 11% na comparação anual, explicado pela menor demanda dos segmentos de construção e consumo, enquanto os custos da CBA seguem subindo, impactados pela inflação de matérias-pimas como soda cáustica e gás natural.
O BofA afirma que os preços realizados acima do esperado mais do que compensaram os volumes mais fracos da CBA (volumes totais de alumínio ficaram cerca de 2,7% abaixo da sua estimativa), impulsionando a receita do segmento para R$ 2,3 bilhões, 5% acima da sua projeção.