Mercados voltam a operar com certa cautela a poucos dias da decisão sobre juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
Por aqui, não é diferente também antes do Copom, que também decide sobre juros na quarta-feira que vem.
Alguns dados de atividade dos Estados Unidos informados hoje amenizam um pouco o clima tenso instaurado nesta semana sobretudo após a surpresa com o CPI mais forte.
As vendas no varejo nos EUA tiveram inesperada alta de 0,3% em agosto ante julho, enquanto o índice de atividade industrial Empire State subiu mais que o esperado em setembro.
Já a produção industrial do país cedeu 0,2% em agosto, ante previsão de estabilidade de analistas.
Ibovespa opera com cautela
No Brasil, o IBC-Br cresceu mais do que o esperado pelo mercado e o Ministério da Economia elevou sua projeção para o PIB deste ano, de 2,00% para 2,70%, mas manteve em 2,50% para o ano seguinte.
O petróleo cai com força, o que pode prejudica a recuperação do Ibovespa, ainda que sinais da China e dados de atividade do Brasil sejam fatores positivos.
Ontem, o índice fechou em baixa de 0,22%, aos 110.546,67 pontos.
“O dia parece um pouco melhor, mas vai depender da agenda da reação aos indicadores”, diz o economista Álvaro Bandeira, consultor de Finanças.
Ele acrescenta que o índice Bovespa tem de tomar cuidado para não ceder para o nível dos 109 mil pontos, sob pena de acelerar mais as quedas — na mínima diária, cedeu 0,42%, aos 110.078,46 pontos. Na máxima, marcou 111.100,41 pontos, em alta de 0,50%.
Às 11h27, o Ibovespa cedia 0,11%, aos 110.344,19 pontos.
Internacional também está de olho nos juros
Na Europa, são muitas as preocupações com juros e inflação.
Hoje, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, fez novos alertas, ao dizer que a zona do euro enfrenta uma perspectiva desafiadora e que a projeção é de inflação inaceitavelmente alta neste e no próximo ano.
De acordo Bandeira, os investidores continuam temendo um quadro de estagflação nos EUA e desaceleração das economias europeias.
Diante de sinais cada vez evidentes de que o gigante asiático não atingirá sua meta de crescimento de 5,5% este ano, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) voltou a colocar recursos na economia logo após a Fitch cortar a previsão de expansão do PIB do país para 2,8%.
O banco central da China injetou 400 bilhões de yuans (US$ 57,45 bilhões) por meio do instrumento financeiro, mantendo sua taxa de juros de um ano para linha de crédito de médio prazo em 2,75%, além de fazer uma injeção de 2 bilhões de yuans em liquidez por meio de acordos de recompra reversa de sete dias.
Com Estadão Conteúdo