Uma fonte do governo ouvida pela Suno Notícias em Davos, na Suíça, negou que as investigações sobre Flávio Bolsonaro afetem o governo federal.
“Não é uma crise de governo, não. Ele [Jair Bolsonaro] já disse [sobre o caso]. Querem perguntar até ele mudar? A imprensa quer que ele entre em contradição”, declarou o integrante do governo.
Saiba mais: ‘Vai ter que pagar’, afirma Jair Bolsonaro sobre seu filho Flávio
Mais cedo, nesta quarta (23), Bolsonaro afirmou que se seu filho Flávio Bolsonaro errou e for provado, ele “vai ter que pagar por isso”.
“Se, por acaso, ele errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”, disse o presidente em entrevista à agência de notícias Bloomberg. Ele se encontra no Fórum Econômico Mundial, encontro anual de líderes e investidores de todo o mundo.
Saiba mais: Caso de Flávio Bolsonaro suscita cautela no Planalto
Foi a primeira manifestação direta do presidente sobre o episódio desde que surgiram novos fatos envolvendo o filho e seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A Bloomberg publicou que o caso poderia colocar em risco a agenda anticorrupção de Bolsonaro e até atingir sua base aliada.
Saiba mais: Flávio Bolsonaro empregou familiares de suspeito de comandar milícia
O caso Flávio Bolsonaro
O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) recebeu 48 depósitos de R$ 2 mil casa, entre junho e julho de 2017. Os repasses totalizam R$ 96 mil, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), divulgado pela TV Globo na semana passada. Os depósitos foram realizados na conta do filho mais velho do presidente numa mesma agência bancária da Alerj, durante cinco dias.
O Coaf detectou os depósitos na conta de Flávio Bolsonaro por terem sido feitos fracionadamente. Isso colocava a suspeita de que se tentava esconder a origem do dinheiro. Em entrevista à TV Record, o senador eleito disse que os repasses são resultado da venda de um imóvel. O comprador, Fábio Guerra, afirmou à Folha de S.Paulo ter dado R$ 100 mil em dinheiro vivo a Flávio, como parte do pagamento. As datas dos depósitos, entretanto, diferem das que constam na escritura da venda do imóvel.