Casino sofre prejuízo bilionário em 2023; ação tomba em Paris

O grupo varejista francês Casino Guichard-Perrachon, controlador do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) no Brasil, acumulou prejuízo líquido de 5,66 bilhões de euros em 2023 em meio a venda de ativos e uma reestruturação financeira. O número é bastante superior à perda de 316 milhões de euros apurada em 2022, segundo balanço publicado nesta quarta-feira (28).

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Por volta das 5h15 (de Brasília), a ação do Casino tombava 13% na Bolsa de Paris.

No fim de dezembro, a dívida do Casino somava 6,18 bilhões de euros, ante 4,48 bilhões de euros um ano antes.

O Casino, que tem mais de 11,5 mil lojas na França e na América Latina, vem enfrentando dificuldades financeiras em meio ao endividamento elevado e perda de participação de mercado em seu país de origem.

No ano passado, o grupo iniciou negociações com credores de forma a garantir liquidez suficiente para manter as operações em funcionamento.

Na terça-feira (27), o Casino anunciou que um plano de reestruturação para levantar fundos através de um consórcio liderado pelo bilionário checo Daniel Kretinsky foi aprovado pelo Tribunal Comercial de Paris.

As vendas líquidas do Casino recuaram 3,7% em 2023, a 9 bilhões de euros. Apenas no quarto trimestre, as vendas tiveram queda anual de 4,6%, a 2,3 bilhões de euros.

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Casino anuncia plano de reestruturação; saiba mais

Na terça-feira (27), o Casino anunciou que um plano para angariar fundos através de um consórcio liderado pelo bilionário checo Daniel Kretinsky recebeu aprovação do Tribunal Comercial de Paris, deixando a varejista francesa mais perto de reduzir suas dívidas.

O tribunal nomeou três empresas nacionais para supervisionarem a sua reestruturação, prevista para ser concluída em 27 de março, presumindo que nenhum recurso seja interposto por administradores nomeados pelo Tribunal, representantes dos trabalhadores ou outras partes.

O grupo celebrou em outubro um acordo especial com um consórcio liderado por Kretinsky, bancos e outros credores para reforçar a sua base de capital, abrindo caminho para uma injeção de capital e uma redução da sua dívida no valor de 6,1 bilhões de euros.

O consórcio propôs uma injeção de 1,20 bilhão de euros em novos capitais próprios no grupo, com 275 milhões de euros reservados para credores e acionistas existentes. O negócio também inclui a conversão de dívida em capital.

“Conforme indicado em diversas ocasiões pelo Casino nas suas comunicações anteriores, a implementação de aumentos de capital social planeados como parte do plano de reestruturação financeira resultará numa diluição maciça para os acionistas existentes”, disse o Casino.

Os atuais acionistas deterão menos de 0,3% do capital social do Casino. A holding Rallye Group, que tem uma participação de 51,7% no Casino de acordo com o site do Casino, deterá cerca de 0,1% do grupo, com o controle passando para o consórcio liderado por Kretinsky, com uma participação de 53,7%.

*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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