O grupo de varejo francês Casino Guichard-Perrachon S.A. recebeu uma oferta de injeção de capital de US$ 1,2 bilhão do bilionário tcheco Daniel Kretinsky. A proposta acontece em paralelo à do acionista majoritário do grupo, Jean-Charles Naouri, que negocia a fusão do setor de varejo com a Teract, empresa francesa de menor porte.
A oferta de capital põe em xeque o controle do atual controlador do grupo, Naouri, passando a Kretisnky 40% da empresa. Ainda não é possível afirmar se o conselho de administração irá aceitar a proposta. De acordo com a companhia, o acordo provocaria uma diluição substancial no poder dos acionistas atuais.
Essa aliança poderia trazer para a carteira de investimentos de Kretinsky grupos de mercados franceses como Monoprix e Franprix.
No Brasil, o Casino é acionista dos grupos Assaí (ASAI3) e GPA (PCAR3).
O empresário Kretinsky começou recentemente a ampliar seus negócios para além do setor energético, em que construiu um império, e tenta agora passar para as áreas de varejo e comunicação. Neste último, o tcheco já adquiriu parte do jornal Le Monde, o maior canal de televisão privado da França, o TF1, e agora mira no grupo Vivendi.
Casino vem passando por dificuldades econômicas
O grupo Casino vem passando por um período de complicações financeiras. Enquanto na América Latina os negócios do grupo apresentam um crescimento consistente pelas suas franquias, em casa não acontece a mesma coisa.
Um dos principais fatores para isso é a inflação europeia, bem elevada para os padrões normais. O Casino fechou o ano com um aumento de 10% nas vendas, na marca de 33,6 bilhões de euros.
Contudo, o volume de vendas na França ainda não atingiu o esperado, deixando pouca margem para uma expansão. Além disso, as redes varejistas calculam que o turismo não voltou ao seu ritmo original pré-pandêmico, consequência direta para as redes parisienses, por exemplo.
Como resposta à crise, o grupo tem vendido parte de seus ativos para reduzir as dívidas. Caso a oferta de capital oferecida por Kretinsky seja aceita, o empresário passaria de segundo para primeiro maior acionista do Casino, dando um salto de 10% para mais de 40% de posse.
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