Casino tem negociações com ações suspensas em Paris à espera de anúncio
Negócios com ações do grupo varejista francês Casino Guichard-Perrachon foram suspensos na Bolsa de Paris nesta segunda-feira (17).
A suspensão dos negócios com as ações do Casino se dá por conta de um anúncio relevante que ainda será feito pela empresa.
Recentemente, o Casino – que controla o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) no Brasil – recebeu ofertas de injeção de capital em um momento em que negocia a reestruturação de dívidas com credores.
Na semana passada, o Casino estimou que suas vendas na França caíram em ritmo mais acentuado no segundo trimestre do que no primeiro.
Recentemente a empresa francesa havia anunciado que a 3F Holding estendeu a validade de sua oferta para fortalecer sua base de capital para 10 de julho de 2023.
A oferta foi feita no último 4 de julho, um dia depois que a gigante varejista alertou que está em risco de entrar em situação de inadimplência em meio a um processo de conciliação com credores, intermediado pela Justiça francesa.
A proposta da 3F Holding inclui o aporte de 900 milhões de euros (R$ 4,8 bi) à empresa, mas com uma parcela de 300 milhões de euros (R$ 1,6 bi) da dívida segurada da Casino convertida em capital. Uma outra proposta rival, EP Global Commerce, planeja investir 1,35 bilhão de euros (R$ 7,2 bi) na Casino.
Casino: ofertas para fortalecimento de base de capital
O Grupo Casino Guichard-Perrachon revelou nesta terça-feira (4) ter recebido duas propostas para fortalecer sua base de capital, após ter alertado o risco de situação de inadimplência na segunda-feira (3).
No comunicado da varejista francesa, o Casino informou as fontes das duas propostas de fortalecimento para sua base de capital. Uma das ofertas foi feita pela EP Global Commerce e da Fimalac, enquanto a outra foi feita pela 3F Holding. A empresa informou que irá analisar as propostas e submetê-las aos credores nesta quarta-feira (5), quando serão revelados mais detalhes.
Nos últimos meses, o Casino vem enfrentando problemas atrelados a um alto nível de endividamento e tem negociado com credores em busca de recursos financeiros suficientes. Na semana passada, a varejista anunciou que seria preciso levantar pelo menos 900 milhões de euros para atingir suas metas de médio prazo.
No comunicado, a empresa ressaltou que nenhuma decisão em relação às propostas será tomada pelos órgãos de governança do Casino “até que sejam apresentadas e discutidas com os credores sob a égide dos conciliadores.”
Na última segunda-feira (3), o Casino havia notificado ao mercado que tinha esgotado completamente sua linha de crédito rotativo no final do mês de junho. Como resultado, era esperada uma relação entre a dívida bruta garantida e o Ebitda após pagamentos de leasing que excedesse um limite acompanhado de perto pelos investidores. Dado isso, a empresa alertou sobre a possibilidade de inadimplência em sua linha de crédito rotativo até o final de agosto.
Últimos desdobramentos do Casino
A situação de endividamento do grupo Casino vem em paralelo com uma grande perda de participação no mercado francês.
Há alguns meses, o acionista majoritário do Casino, Jean-Charles Naouri, estava em vias de negociação para uma fusão com a varejista francesa Teract, que foram encerradas em meados de junho.
Voltando para abril deste ano, o grupo recebeu uma oferta de investimentos do acionista bilionário tcheco Daniel Kretinsky. Junto à EP Global Commerce, meio de investimento de Kretinsky, está o bilionário Marc Ladreit de Lacharrire, da holding Fimalac.
Em 14 de junho, o grupo informou sobre outra oferta de investimento partindo dos empresários Xavier Niel, Matthieu Pigasse e Moez-Alexandre Zouari, diretores da 3F Holding.
Após a oferta do trio, o Casino afirmou que nesse momento, se tratava apenas de uma manifestação preliminar de interesse que poderia não se concretizar. “Essa proposta seria adaptada, às medidas necessárias, pelo débito do Casino às suas capacidades e a preservação do seu potencial de crescimento”, adicionou a varejista francesa.
O Casino esclareceu ambas as propostas serão levadas para a reunião com credores acontece amanhã, quarta-feira (5), com o board de diretores e manter o mercado informado de novos desdobramentos.
Com Estadão Conteúdo
