Casas Bahia (BHIA3): S&P corta nota de crédito nacional; ações sobem no Ibovespa
A S&P cortou a nota de crédito nacional do Grupo Casas Bahia (BHIA3), ex-Via, após o início do processo de recuperação extrajudicial, anunciado no início desta semana. As ações da companhia sobem nesta quinta-feira (2) no Ibovespa.
No intradia, as ações BHIA3 subiam 2,48%, cotadas a R$ 7,02.
Cotação BHIA3
A S&P cortou a nota da Casas Bahia de ‘br-BBB-‘ para ‘SD’. A nota SD é atribuída quando a agência de classificação de crédito considera que há uma falta de uma ou mais de suas obrigações financeiras de curto ou longo prazo por parte de um emissor.
Em relatório, os analistas Henrique Koch e Wendell Sacramoni escreveram que a Casas Bahia já inicia o processo de recuperação extrajudicial com apoio de credores que garantem o mínimo necessário para sua homologação.
Além disso, notam que o plano contempla o reperfilamento de dívidas financeiras de cerca de R$ 4,1 bilhões, referentes às 6ª, 7ª, 8ª e 9ª emissões de debêntures, além de certas CCBs emitidas junto a instituições financeiras.
O TJ-SP deferiu o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia (BHIA3), envolvendo renegociação de dívidas de R$ 4,1 bilhões. A solicitação foi protocolada na noite do último domingo (28) e já estava pré-acordado com os principais credores, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), que detêm 54,5% dos débitos. Portanto, deve ser aplicado também aos demais credores pulverizados, dentre eles, pessoas físicas.
O CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, disse que a expectativa é de que a homologação do plano aconteça em 37 dias, somando 7 dias de prazo inicial mais 30 dias previstos em lei. Embora esse prazo possa ser renovado por mais 60 dias, a empresa acredita que bastarão os 30 dias, já que o acordo da Casas Bahia foi desenhado junto com os credores. Para aprovação do plano de recuperação extrajudicial é necessário concordância de 50% mais 1.
O montante renegociado, que envolve a 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures, tinha custo médio de CDI +2,7% e prazo de 22 meses. Agora, o custo está em CDI + 1,2%, em um prazo de 72 meses. Nos cálculos da empresa, o novo perfil da dívida da Casas Bahia preserva R$ 4,3 bilhões de caixa até 2027, sendo R$ 1,5 bilhão somente em 2024. Como contrapartida, os principais bancos credores ganham o direito de converter 63% dos valores que lhe são devidos em ações da varejista.
O acordo inclui uma carência de 24 meses para pagamentos de juros e 30 meses para pagamento de principal. Assim, antes da renegociação, a empresa desembolsaria, até 2027, R$ 4,8 bilhões. Agora, a empresa terá de arcar, no mesmo prazo, apenas com R$ 500 milhões. A Casas Bahia tem o escritório Pinheiro Neto como assessor jurídico e a Lazard como assessor financeiro.