As ações ordinárias de Casas Bahia (BHIA3) disparam no Ibovespa, figurando entre as maiores altas do índice, com o setor de varejo sendo beneficiado com o alívio na curva de juros nesta quinta-feira (15).
Perto das 12h, as ações ordinárias de Casas Bahia subiam 4,79%, cotadas a R$ 8,09. No ano, os papéis caem 27,12%, segundo o Status Invest.
Cotação BHIA3
“Com o alívio da nossa curva de juros, devido a um menor estresse nos Estados Unidos que também apresenta um alívio nas treasuries, as ações de varejo hoje reagem positivamente, em especial a Casas Bahia (BHIA3)“, diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
“Acredito que boa parte do movimento é de cobertura de posições shorts. É um papel que, dentre as empresas de varejo, é uma das maiores posições shorts de diversos gestores. Com o alívio da curva de juros, esses papéis são bem sensíveis a qualquer mudança. Portanto, acredito que parte desses gestores estejam reduzindo suas posições short no momento”, acrescenta.
Casas Bahia (BHIA3) comunica renúncia de executivo
Na semana passada, a Casas Bahia anunciou que o Vice-Presidente de Tecnologia, Edson de Oliveira Tavares, renunciou ao seu cargo.
Com a renúncia do executivo da Casas Bahia, Filipe Jaske, Diretor de Tecnologia, passa a liderar toda a área e irá se reportar ao CEO da companhia, Renato Franklin, de forma interina.
“Edson encerrará o seu ciclo como Vice-Presidente, pelos quais a companhia declara sua mais profunda gratidão”, diz o comunicado da empresa.
Casas Bahia fará emissão de R$ 1 bilhão?
Em nota de esclarecimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia disse que não há no momento “qualquer definição quanto a uma eventual captação de recursos por meio da emissão de debêntures”.
O comunicado se deu após rumores na imprensa de uma emissão de R$ 1 bilhão.
Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, a varejista planeja fazer uma emissão de debêntures para estender o prazo de uma captação de R$ 1 bilhão feita em 2021 e que vence em abril, segundo apuração do Broadcast/Estadão.
De acordo com a publicação, a operação seria lançada com ancoragem dos bancos que são os maiores credores da companhia – Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) -, para sinalizar ao mercado confiança na reestruturação da Casas Bahia.
Além disso, diz o Broadcast, se houver apetite dos investidores, a distribuição poderia ir além da fatia garantida, o que ajudaria a reforçar o caixa da varejista.
Ainda segundo fontes informaram ao jornal, diante das várias alternativas discutidas no momento entre a companhia e os bancos, este é o “plano A” por ora. O objetivo é alongar o prazo das dívidas da Casas Bahia e, ao mesmo tempo, não comprometer a liquidez.
Vale lembrar que no ano passado, a Casas Bahia realizou uma oferta de ações que levantou R$ 622 milhões, menos do que se esperava, com um desconto alto sobre o preço de tela das ações. A empresa também transferiu o financiamento do crediário dos clientes para fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) – um deles foi lançado no final de 2023, da ordem de R$ 600 milhões. Em 2022, a varejista já havia recebido R$ 1,75 bilhão para renovar a parceria com o Bradesco em cartões co-branded, uma antecipação de parte das comissões.
Segundo fontes informaram ao Broadcast, a Casas Bahia está fazendo reuniões com investidores no exterior – incluindo em Nova York – para discutir a reestruturação que fez, e também para testar o interesse em uma eventual emissão, o chamado “non deal roadshow”.