Casas Bahia (BHIA3): rentabilidade abaixo do esperado marca balanço; ações despencam no Ibovespa

Em relatórios após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2023 da Casas Bahia (BHIA3), analistas ressaltaram o fraco desempenho da companhia no período, com a rentabilidade ainda abaixo do esperado pelo mercado. As ações da companhia operam em forte queda nesta terça-feira (26) no Ibovespa.

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No fechamento, as ações ordinárias de Casas Bahia caíram 9,09%, a R$ 6.

Cotação BHIA3

Gráfico gerado em: 26/03/2024
5 Dias

Entre os meses de outubro e dezembro, a Casas Bahia registrou um prejuízo contábil de aproximadamente R$ 1 bilhão, aumento de 513,5% de perdas, ou seis vezes mais, quando se compara com o prejuízo registrado no quarto trimestre de 2022, de R$ 163 milhões.

Desconsiderando os impactos não recorrentes, o prejuízo líquido é de R$ 564 milhões no último trimestre do ano passado. Nesse mesmo contexto, as perdas foram 51,6% maiores que as registradas no 4T22, que foram de R$ 372 milhões.

Em relatório, analistas da XP (XPBR31) pontuaram que a varejista apresentou resultados fracos no 4T, com a fraca conjuntura macroeconômica e as bases de comparações difíceis afetando a receita líquida consolidada, enquanto as iniciativas de reestruturação prejudicaram a rentabilidade.

BB Investimentos: projeções para Casas Bahia já contemplavam momento desafiador

Também em relatório, analistas do BB Investimentos também avaliaram os resultados da Casas Bahia no 4T23 como fracos. Segundo a casa, as projeções para o trimestre já contemplavam um momento desafiador, diante da combinação de um cenário macroeconômico ainda lento para o consumo de bens duráveis, base comparativa mais forte, além dos impactos negativos decorrentes do plano de reestruturação.

“Entendemos que a companhia segue vivenciando um momento delicado na operação, buscando reequilíbrio dos canais de vendas, priorização da rentabilidade, redução de investimentos e reforço na estrutura de capital”, escrevem as analistas Georgia Jorge e Andréa Aznar.

O BB Investimentos tem recomendação de ‘venda’ para as ações da Casas Bahia, com preço-alvo a R$ 9,80.

Em contrapartida, analistas do Safra viram o balanço da Casas Bahia no 4T23 como positivo, pois a empresa apresentou Ebitda melhor do que o esperado e um fluxo de caixa após capex positivo, o que indica que a recuperação começou a dar frutos.

Já a Genial Investimentos avaliou que apesar da margem bruta ter surpreendido positivamente os analistas – dado o menor impacto da redução de estoques em relação ao esperado – o EBIT, despesas financeiras e lucro líquido se consolidaram bem aquém das suas estimativas. Eles entendem que parte do resultado fraco já tenha sido precificado, uma vez que a Casas Bahia acumula uma queda de 27,0% desde o início de março.

No entanto, para a casa, uma das poucas surpresas positivas do resultado da Casas Bahia veio para a rentabilidade bruta.

“Com menor crescimento do GMV 3P e ainda impactada pelo saldão de estoques, entendíamos que o grupo deveria apresentar uma fraca margem bruta. De fato, ainda é uma fraca margem, principalmente ao comparamos com o histórico da companhia e, também, versus a sua principal concorrente, que vem ganhando rentabilidade trimestre após trimestre”, escrevem os analistas Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon.

Além disso, a Genial acredita que para 2024, a Casas Bahia entre com um balanço mais limpo, principalmente em relação aos estoques. Segundo a corretora, com a estabilização dessa linha, a companhia deixa de lado a postura mais agressiva em preços, o que deve ajudar na recomposição de rentabilidade bruta no ano. Mesmo assim, faz um alerta para o reperfilamento de dívidas da Casas Bahia, anunciado recentemente.

“Com esse reperfilamento, apesar de ajudar a companhia em um momento crucial, onde ainda não há geração de caixa operacional, é o nosso dever ponderar que não existe ‘almoço grátis’ e esse alongamento pode implicar em um maior dispêndio de juros financeiros”, ressaltam.

No geral, o cenário base da Genial para a Casas Bahia em 2024 é de que ainda deve ser um ano de consumo de caixa para a companhia. “Entendemos que a recomposição de margem operacional ainda não deve ser suficiente para ‘offsetar’ as altas despesas financeiras do grupo e investimentos do grupo”, finalizam.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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