Em relatórios após a divulgação do balanço do 1T24 da Casas Bahia (BHIA3), ex-Via, analistas avaliaram que os resultados da companhia vieram pressionados no período, com indicadores como receita líquida e rentabilidade impactados pelo ambiente macroeconômico. As ações da companhia operam em alta nesta quinta-feira (9).
No intradia, as ações da Casas Bahia subiam 1,29%, cotadas a R$ 7,05. No mês, os papéis sobem 0,86%, enquanto no ano, recuam 38,84%.
Cotação BHIA3
O Grupo Casas Bahia (BHIA3) anunciou um prejuízo de R$ 261 milhões no primeiro trimestre de 2024. Apesar do número negativo, a cifra representa uma melhora de 12,2% frente às perdas de R$ 297 milhões nos três primeiros meses de 2023.
Para a XP, a Casas Bahia reportou resultados do 1T pressionados, embora melhores do que as estimativas da casa, com o desempenho de receita líquida e rentabilidade ainda impactados pelo ambiente macro desafiador e ajustes de reestruturação, embora com tendências de melhora de margens.
“Desde que as mudanças de gestão da BHIA aconteceram no 2T23 (novo CEO em maio e novo CFO em junho) e, assim, deram início à reestruturação operacional da empresa a partir do segundo semestre de 2023, a comparação anual continua pressionada”, escreveram os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
No entanto, a equipe avalia que a rentabilidade tem evoluído sequencialmente, já que a empresa tem se concentrado em uma estratégia de preços e categorias mais racional, enquanto a margem Ebitda ajustada atingiu 6,1% devido às eficiências contínuas das despesas com vendas, gerais e administrativas.
“Por fim, o prejuízo líquido atingiu R$ 261 milhões, melhor que o nosso em ganhos de créditos tributários, mas ainda pressionado por pesadas despesas financeiras, enquanto o fluxo de caixa ficou negativo em R$ 167 milhões devido à sazonalidade do negócio, mas com melhora significativa nos estoques”, completou a XP.
BTG: balanço do 1T24 da Casas Bahia reforça perspectivas desafiadoras
Também em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) avaliou que o primeiro trimestre mostrou uma tendência de enfraquecimento da receita da Casas Bahia, enquanto a rentabilidade permanece sob pressão, reforçando as perspectivas desafiadoras para a empresa.
O banco lembra que em agosto do ano passado, a BHIA3 divulgou um plano de recuperação para lidar com as pressões de margem e melhorar o fluxo de caixa livre, o que incluiu operações de downsizing, enquanto se concentrava em categorias mais lucrativas.
Enquanto isso, acrescenta o BTG, a Casas Bahia levantou R$ 602 milhões por meio de um follow-on em setembro, visando reforçar sua estrutura de capital, e anunciou em abril deste ano uma recuperação extrajudicial para reperfilar sua dívida.
Essa reestruturação, lembra a casa, aumentou a duração média de sua dívida de aproximadamente 22 meses para quase 72 meses e reduziu as taxas de juros de CDI+2,7% para CDI+1,2%, em média.
“Apesar dessas medidas, permanecemos neutros devido ao cenário competitivo acirrado, forte exposição a eletrônicos/eletrodomésticos, altos custos de captação, incerteza quanto às provisões futuras e desafios na monetização de créditos tributários, o que pode prejudicar sua capacidade de investir no crescimento de suas operações”, escrevem os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.
O BTG tem recomendação ‘neutra’ para as ações das Casas Bahia, com preço-alvo a R$ 9,00.