Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) em ‘saldão’? Ações derretem nesta terça-feira; veja por quê
As ações da Casas Bahia (BHIA3) fecharam em queda de 9,03% na bolsa de valores nesta terça-feira (4), por volta das 15h.
Com os papéis cotados a R$ 6,35, a queda simboliza um derretimento de -41,53% no ano para o papel e de -86,87% nos últimos 12 meses.
“Pode ser uma correção técnica motivada pela realização de possíveis lucros dada a recente valorização, somada à possibilidade de uma política macroeconômica mais mais dura devido a um crescimento do PIB acima da expectativa do mercado”, avalia o especialista em Renda Variável da Status Invest Assessoria, Tales Barros.
Varejo em quedas sucessivas: MGLU3 no vermelho
Junto com a queda das ações BHIA3, a Magazine Luiza (MGLU3) enfrenta tempos difíceis. Hoje, o papel perde 8,12%, negociado a R$ 11,65.
Até este ano, o papel já desvalorizou 36,93% e nos últimos 12 meses, -66,77%.
Como explica o analista CNPI da Suno Research, João Daronco, as quedas sucessivas da BHIA3, assim como da MGLU3 e outras varejistas, têm se justificado pelos resultados piores do que o esperado no balanço trimestral, além da taxa básica de juros em queda mais lenta, o que impacta diretamente o consumo.
Daronco também pontua que os juros futuros mais elevados para empresas com uma alavancagem financeira relevante também abalam os preços dos papeis.
“Diante desses fatores, vemos os investidores mais pessimistas com o setor, o que pressiona as cotações e causa esse movimento de queda”, comenta Daronco.
Além de BHIA3 e MGLU3, mais varejistas caíam no Ibovespa hoje (15h de Brasília):
- Petz (PETZ3): -1,07%
- Lojas Renner (LREN3): -1,08%
- Arezzo (ARZZ3): -0,12%
- C&A (CEAB3): -4,81%
Em paralelo, os juros futuros caminhavam em tendência altista.
Casas Bahia (BHIA3) está fora do Ibovespa? Entenda
No último mês, o Grupo Casas Bahia, sob o ticker BHIA3, foi para o “banco de reservas” da bolsa de valores brasileira, sendo substituído pela Vivara (VIVA3) – apontou a prévia do índice para o quadrimestre entre maio e agosto de 2024.
A substituição e rebalanceamento do índice estão previstos para entrar em vigor na próxima segunda-feira (6).
Ainda no fim de 2023, a varejista acelerou um grupamento de ações para tentar permanecer no Índice Ibovespa, quando os papéis eram negociados abaixo dos critérios de preço mínimo da B3 (B3SA3), de R$ 1,00.
A exclusão, entretanto, pode ter sido motivada pela recuperação extrajudicial anunciada recentemente, que envolve um acordo com o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3) adiando o pagamento de dívidas.
Dessa forma, as ações da Casas Bahia são negociadas no patamar de empresas como a Americanas (AMER3), Oi (OIBR3) e Gol (GOLL4), que, apesar de apresentarem certa liquidez, não estão em nenhum índice da bolsa e lidam com suas recuperações judiciais.