As ações de Casas Bahia (BHIA3), ex-Via, e Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em queda nesta segunda-feira no Ibovespa, com os papéis das companhias ainda penalizados após a última decisão de juros, anunciada na quarta-feira (20), pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
No fechamento, as ações de Casas Bahia (BHIA3) caíram 2,50%, cotadas a R$ 6,63, enquanto as de ações do Magazine Luiza (MGLU3) recuavam 1,04%, a R$ 1,90.
Cotação BHIA3
Segundo Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco, tanto Magalu como Casas Bahia são empresas que sofreram bastante com os juros altos nos últimos meses e são papéis bem voláteis. Além disso, para ele, o comunicado mais ‘hawkish’ do Banco Central (BC), divulgado na semana passada, pegou o mercado de surpresa.
Na última reunião do Copom, o BC anunciou o sexto corte seguido da taxa Selic. A taxa caiu para 10,75%, no segundo encontro do ano. A decisão foi unânime. A nova queda dos juros era aguardada pelo mercado, que estava de olho no comunicado do Copom e na projeção dos novos cortes – mas o texto que acompanha a decisão sinalizou somente mais um corte, na próxima reunião, em 7 e 8 de maio.
“Agora não se sabe mais se teremos quedas de juros da mesma magnitude após a próxima reunião. O Comitê de Política Monetária (Copom) tirou do plural e usou no singular o termo sobre queda de juros na ‘próxima reunião’. Com isso, pode ser que o BC opte pela queda de meio ponto percentual na próxima reunião, mas nas sequentes, já pode mudar de magnitude. Isso acaba gerando um certo pessimismo no setor de varejo, que se prejudica com juros altos”, acrescentou Louzada.
Além disso, o mercado vive a expectativa para a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2023 da Casas Bahia, que será divulgado nesta segunda-feira, após o fechamento do mercado.
“A gente não vê um resultado trazendo alguma surpresa positiva. Existe uma expectativa de prejuízo e isso traz para a Via um cenário de adversidade bastante intensa. Existem outros players no momento que vão capitanear esse fluxo de dinheiro”, acrescenta Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos.
Casas Bahia conclui alongamento de dívidas de R$ 1,5 bilhão
A Casas Bahia informou em fato relevante na última segunda-feira (18) que concluiu o reperfilamento de emissões de cédulas de crédito bancário e da nona emissão de debêntures que totalizam R$ 1,5 bilhão.
As dívidas da Casas Bahia, que venceriam entre 2024 e 2025, terão um novo prazo de três anos (36 meses), com a amortização do principal após a carência de 18 meses, em pagamentos trimestrais de 5% – após carência – e 70% no 36º mês.
O custo das operações será de CDI + 4% ao ano, disse a Casas Bahia. A companhia divulga seu balanço completo, referente ao quarto trimestre de 2023, na próxima segunda-feira (25), após o fechamento do mercado.