As ações de Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) sobem nesta quarta-feira (29) no Ibovespa, liderando os ganhos do índice, com a queda dos juros futuros beneficiando ações do setor.
No fechamento, as ações ordinárias de Casas Bahia (BHIA3), que chegou a subir quase 6%, valorizaram 1,92%, a R$ 0,53, enquanto as ações ordinárias de Magazine Luiza avançaram 1,58%, a R$ 1,93. O Ibovespa recuou 0,29%, aos 126.165 pontos. O Magazine Luiza acumula alta de 43,6% no mês, mas perde 30,39% no ano. A Casas Bahia sobe 20% no mês.
Cotação BHIA3
Segundo Leandro Petrokas, sócio da Quantzed, a alta das empresas do setor de varejo na Bolsa é motivada pela queda dos juros futuros (DIs), seguindo comportamento dos juros no exterior e melhora na percepção do quadro fiscal para 2024. “A postura do relator da LDO 2024 parece que agradou o mercado, dando sinalizações de que não quer aventuras no orçamento”, afirmou.
“Tivemos um IPCA-15 e IGP-M com qualitativo bons, o que, em tese, ajuda a tirar a pressão sobre o mandato do Banco Central (BC) em relação a inflação. Em um cenário mais macro, vemos indicativos em relação aos juros americanos indicando arrefecimento. No curto prazo, não muda a sinalização contratada de 0,50% para dezembro do BC. Porém, deixa a porta aberta para um 2024 de cortes mais intensos, tanto no Brasil como nos EUA, e isso derruba os juros hoje”, disse Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Também repercutiu no mercado a notícia do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, que afirmou na terça-feira (28) que compras internacionais em lojas on-line como Shein, Shopee e AliExpress de até US$ 50 voltarão a ser taxadas. Atualmente, elas são isentas da cobrança do imposto de importação. Isso pode favorecer as varejistas, que hoje operam em alta no Ibovespa.
Em evento de instalação do Fórum MDIC de Comércio e Serviço (FMCS) com empresários, Alckmin tratou de pautas delicadas, como a política que zerou o Imposto de Importação para compras internacionais dentro do programa Remessa Conforme, além da desoneração da folha de pagamentos.
Segundo o ministro, a cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual, nas remessas já está implementada, e que o “próximo passo” será o Imposto de Importação, sem dar detalhes de quando a cobrança retornaria.
O ministério da Fazenda admite que terá de retomar a cobrança, mas ainda discute o nível do tributo.
“Pretendemos, periodicamente, ouvir o setor de comércios e serviços, comércio eletrônico. Foi feito o trabalho nas plataformas digitais para formalização dos importados. Já começou a tributação de ICMS, e o próximo passo é o Imposto de Importação mesmo para os (importados) com menos de US$ 50″, afirmou Alckmin.
Casas Bahia (BHIA3): assembleia aprova grupamento de ações; veja como vai funcionar
O grupo Casas Bahia (BHIA3) aprovou grupamento de ações ordinárias na proporção de 25 para 1. A decisão foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na última segunda-feira (27).
O novo grupamento de ações da Casas Bahia prevê que cada lote de 25 ações seja grupado em 1, mas sem mudanças no atual capital social da empresa, que é de R$ 5,449 bilhões.
O novo número de ações da Casas Bahia será de aproximadamente 95,083 milhões. As ações são ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal. Elas serão distribuídas entre os investidores da empresa na mesma proporção que eles tinham antes da aprovação do grupamento de ações.
Detalhes sobre o novo grupamento de ações da Casas Bahia
Os investidores que tiverem um número de ações que não seja múltiplo de 25 poderão, no prazo de 30 dias, ajustar suas posições mediante a composição de suas frações de ações em lotes inteiros múltiplos de 25.
Após esse prazo de possibilidade de ajuste das posições, que se encerra em 28 de dezembro de 2023, as ações BHIA3 serão negociadas exclusivamente na forma grupada. A liquidação do grupamento da B3 vai ser no dia 2 de janeiro de 2024.
Depois de terminado o prazo de composição, as frações de ações que ainda restarem vão ser aglutinadas em números inteiros e vendidas em leilão que vai ser realizado pela empresa na B3. Os valores líquidos do leilão vão ser disponibilizados aos investidores que tiverem esse direito.
Nesse último caso, o dinheiro vai ser depositado na conta corrente dos acionistas que estiverem com seus registros atualizados e que puderem receber esses rendimentos.
No caso dos investidores que possuem ações depositadas na central depositária de ativos da B3, os valores vão ser creditados de forma direta para essa instituição, que vai repassar a quantia aos acionistas através de seus agentes de custódia.
“Para os demais acionistas que não tenham seus registros atualizados, os valores ficarão à disposição para recebimento pelo acionista, munido de documentos comprobatórios de sua titularidade das ações”, conclui o comunicado da Casas Bahia.