A Casas Bahia (BHIA3) teve seu preço-alvo cortado em quase 70% pelo Citi, passando de R$ 2,30 para R$ 0,70, ainda com potencial de alta de 15% frente ao fechamento da última quarta-feira (11), após encontro com a nova gestão da companhia.
Em relatório divulgado pelo InfoMoney, analistas destacaram que a varejista está “de volta ao básico”, com uma estrutura mais leve, apesar de ventos macroeconômicos ainda persistentes.
A recomendação para as ações da Casas Bahia foi mantida como neutra/alto risco pelo Citi.
Por volta das 11hs, as ações da Varejista, BHIA3, recuavam quase 5% (4,95%).
O banco destacou que a gerência emitiu um discurso ‘consistente e fundamentado’, reforçando suas prioridades para o curto e médios prazos. O objetivo é expandir a margem Ebitda sem depender de uma grande recuperação do faturamento, diz o texto.
A gestão da Casas Bahia também está levantando um fundo baseado em recebíveis (FIDC) para garantir alternativas de crédito ao consumidor. “Em resumo, o Grupo Casas Bahia deverá operar sob uma rigorosa disciplina de capital, uma vez que a procura por produtos eletrônicos permanece lenta”, pontuou a equipe de análise.
“O processo de recuperação deverá ser gradual e a visibilidade da recuperação do setor e da recuperação dos lucros será limitada”, acrescentaram.
No online, foco da Casas Bahia é fortalecer posição em eletrônicos, diz Citi
Em relação às operações online, diz o Citi, a gestão disse que o objetivo do negócio 1P (referente ao estoque próprio) é fortalecer sua posição na principal categoria de eletrônicos de consumo (smartphones, TVs e linha branca, por exemplo), e reduzir a escala no 3P (marketplace).
Já nas operações físicas, a Casas Bahia deverá continuar redimensionando seu portfólio, com fechamento de cerca de 40 lojas ainda em 2023. A varejista também busca solidificar ainda mais seu relacionamento com fornecedores de categorias essenciais (eletrônicos, eletrodomésticos), o que será fundamental para garantir seus planos de rentabilidade no longo prazo, apontaram os analistas.
Projeções do Citi para Casas Bahia
No relatório, o Citi cortou as estimativas de receita líquida consolidada para a empresa em 5,5% em 2023, 7,2% em 2024 e 8,6% em 2025. A avaliação do banco reflete a perspectiva mais conservadora para produtos eletrônicos e a estratégia da empresa de focar nos resultados versus crescimento.
Os analistas também reduziram as suas estimativas de margem Ebitda em 300 pontos-base, 29 pontos-base e 15 pontos-base para 2023, 2024 e 2025 respectivamente, de forma a refletir a desalavancagem operacional natural.
Assim, o banco espera R$ 370 milhões em economias anuais em termos de despesas gerais e administrativas até 2024. “Esperamos agora um prejuízo líquido em 2024, com lucro apenas em 2025”, afirmaram.
Ações da Casas Bahia tombam em setembro
As ações das Casas Bahia, ex-Via, perderam mais da metade do seu valor de mercado durante o mês de setembro. Além da mudança de nome e de ticker (antes VIIA3 e agora BHIA3), a empresa vem passando por uma reestruturação.
Porém, os resultados ruins, caixa desfavorável e diluição de investidores foram alguns dos fatores que pesaram fortemente no preço das ações em setembro. Também houve a renúncia do Vice-Presidente Comercial e de Operações das Casas Bahia, Abel Ornelas Vieira.
Desempenho das ações da Casas Bahia
Cotação BHIA3