Em seu mais recente relatório sobre a Casas Bahia (BHIA3), os analistas do BB-BI cortaram o preço-alvo para as ações da companhia de R$ 9,80 para R$ 6,70, mantendo a recomendação de venda.
A revisão, segundo a casa, reflete a incorporação dos resultados do primeiro semestre de 2024 e a atualização das premissas macroeconômicas.
Vale destacar que as ações da Casas Bahia (BHIA3) caíram mais de 60% em 2024, desempenho muito inferior ao do Ibovespa, impactadas sobretudo pelo aumento da taxa básica de juros.
O relatório cita que, apesar de a empresa estar em uma fase mais favorável, o cenário ainda exige cautela, e que caso as melhorias operacionais e o crescimento da receita continuem, as premissas de longo prazo poderão ser revisadas.
No entanto, a alta taxa Selic continua a encarecer o crédito, diz a casa, prejudicando a venda de bens duráveis, que são os principais produtos da empresa.
A companhia está atualmente na segunda fase de seu Plano de Transformação, iniciado há um ano, que prioriza investimentos seletivos no fortalecimento do core da empresa e aumento de receita.
A primeira fase focou na melhora de margens e eficiência operacional, mesmo que isso tenha gerado queda de receita. A terceira fase, prevista para maio de 2025, visa expandir a empresa e melhorar a experiência nos canais físicos e online.
Entre as principais mudanças, o reperfilamento da dívida da Casas Bahia foi um destaque, reduzindo a pressão de curto prazo no caixa e estendendo o prazo da dívida de 22 para 72 meses, com uma redução de 1,5 pontos percentuais no custo da dívida, destaca o BB-BI.
Segundo os analistas, a tese de investimento da Casas Bahia se apoia em três pilares:
- Maior seletividade de produtos com foco na rentabilidade
- Disciplina na alocação de capital
- Estabilização do negócio core em categorias mais rentáveis, com redução de custos.
Os principais riscos para Casas Bahia, segundo o BB-BI incluem a ineficiência na execução do plano estratégico, resultados abaixo do esperado em omnicanalidade, dificuldades em atrair vendedores para o marketplace, problemas na escalabilidade e rentabilização das soluções financeiras e logísticas, além de possíveis provisões acima do previsto.