Casas Bahia (BHIA3): BB-BI corta alvo de R$ 6,70 para R$ 3,80
O BB-BI revisou suas perspectivas para a Casas Bahia (BHIA3) após incorporar os resultados do terceiro trimestre de 2024 e atualizar suas premissas macroeconômicas. Com isso, o preço-alvo das ações para o final de 2025 foi reduzido de R$ 6,70 para R$ 3,80, e a recomendação de venda foi mantida.
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A casa lembra que nos últimos 12 meses, as ações da Casas Bahia acumularam uma queda de aproximadamente 65%, refletindo tanto o cenário macroeconômico adverso, marcado por sucessivos aumentos da taxa Selic, quanto a situação interna da empresa.
Em 2024, a BHIA3 entrou com um pedido de recuperação judicial e implementou uma nova estratégia operacional, resultando no fechamento de lojas e na consequente queda de receita.
Desde o lançamento de seu Plano de Transformação em agosto de 2023, a companhia tem promovido ajustes significativos em sua estrutura administrativa e operação, o que já se reflete em melhorias na rentabilidade, dizem os analistas. No entanto, o BB-BI destaca que ainda há um longo caminho para que a empresa recupere os patamares históricos de desempenho.
Uma das iniciativas relevantes, segundo o relatório, foi o início da operação do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), anunciado no último dia 14. A medida, aguardada desde agosto de 2023, visa otimizar a operação de crediário da companhia e ampliar sua capacidade de financiamento.
Expectativas para o quarto trimestre e para 2025
O BB-BI espera que o balanço da Casas Bahia no quarto trimestre de 2024 apresente uma melhora, impulsionado pelo alto volume de vendas durante a Black Friday e o Natal. No entanto, o aumento da concessão de crédito pode trazer preocupações quanto a uma possível elevação da inadimplência, especialmente em um cenário de juros elevados, diz a casa.
Para 2025, a projeção do BB-BI é de um crescimento modesto na receita líquida, abaixo da inflação estimada. A avaliação é de que o setor de bens duráveis continuará enfrentando desafios, com expectativas de elevação da Selic, restrição ao crédito e aumento da taxa de desemprego no segundo semestre. Esse contexto pode impactar negativamente a renda real das famílias e, consequentemente, o consumo.
Diante desse cenário, o BB-BI reforça sua visão cautelosa sobre a Casas Bahia, destacando que, apesar dos esforços da companhia para melhorar sua estrutura financeira e operacional, os desafios macroeconômicos e setoriais seguem como fatores de risco para a recuperação do negócio.