As ações de Casas Bahia (BHIA3) disparam no Ibovespa nesta quinta-feira (28), entre os maiores ganhos do Ibovespa, com o mercado reagindo positivamente ao aumento de participação do JP Morgan (JPMC34) na companhia. Os investidores também observam as estratégias que a varejista está implementando para enfrentar desafios enfrentados pelo setor de varejo como um todo.
No fechamento, as ações ordinárias de Casas Bahia subiram 7,96%, cotadas a R$ 6,78. No mês, as ações de Casas Bahia caem 22,78%, enquanto no acumulado do ano, a queda é de 38,65%.
Cotação BHIA3
“As ações da Casas Bahia sobem hoje após o JP Morgan comprar mais de 5,57 milhões de papéis da empresa. A novidade animou os investidores da companhia, que vêm sofrendo, assim como todo o setor de varejo, com juros acima de dois dígitos”, avalia Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco.
Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, pontua que o desempenho atual da Casas Bahia, com quedas dos papéis BHIA3 no Ibovespa, reflete um momento desafiador, com resultados financeiros impactados por diversos fatores, incluindo a volatilidade do mercado e os desafios operacionais enfrentados.
Em sua avaliação, embora as oscilações recentes nas ações BHIA3 possam gerar incerteza, é crucial considerar o panorama mais amplo e as estratégias que a Casas Bahia está implementando para enfrentar esses desafios.
“A empresa está buscando ajustes em sua operação, incluindo redução de estoques, reestruturação de despesas e fechamento de lojas com baixo desempenho, na tentativa de melhorar sua eficiência e rentabilidade. Para os investidores, é fundamental acompanhar de perto como essas medidas impactarão os resultados da empresa a longo prazo e avaliar se a Casas Bahia está no caminho certo para superar as adversidades e retomar o crescimento sustentável”, escreve Gonçalvez.
Casas Bahia: prejuízo sobe seis vezes mais no 4T23 e chega a R$ 1 bilhão
Conforme balanço trimestral divulgado na última segunda-feira (25), a Casas Bahia registrou um prejuízo contábil de aproximadamente R$ 1 bilhão no 4º trimestre de 2023 (4T23).
O resultado da Casas Bahia mostra um aumento de 513,5% de perdas, ou seis vezes mais, quando se compara com o prejuízo registrado no quarto trimestre de 2022, de R$ 163 milhões.
Desconsiderando os impactos não recorrentes, o prejuízo líquido é de R$ 564 milhões no último trimestre do ano passado. Nesse mesmo contexto, as perdas foram 51,6% maiores que as registradas no 4T22, que foram de R$ 372 milhões.
De acordo com o novo balanço trimestral da Casas Bahia, o resultado negativo se deu sobretudo em razão da diminuição anual do lucro bruto. Outro fator que pesou sobre o resultado foi o aumento das despesas e um pior resultado financeiro.
O Ebtida ajustado contábil somou R$ 163 milhões, cerca de 74,08% menor que o apresentado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 629 milhões.
Conforme o novo balanço de Casas Bahia, desconsiderando os impactos não recorrentes, o Ebtida totalizou R$ 276 milhões, aproximadamente 11,54% mais baixo que os R$ 312 milhões registrados no 4T22.
Outros resultados da Casas Bahia
Em relação ao resultado financeiro líquido contábil, a empresa varejista registrou um prejuízo de R$ 734 milhões, superando o resultado negativo de R$ 641 milhões observado um ano antes. Sem levar em conta os impactos não recorrentes, o prejuízo somou R$ 711 milhões, aproximadamente 10,92% acima das perdas de R$ 641 milhões vistas no 4T22.
A receita líquida contábil foi de R$ 7,414 bilhões na somatória do quarto trimestre de 2023, cerca de 16,18% inferior aos R$ 8,845 bilhões reportados no 4T22. Sem somar impactos não recorrentes, o faturamento somou R$ 7,519 bilhões.
No quarto trimestre de 2023 da Casas Bahia, o lucro bruto totalizou R$ 2,046 bilhões, resultando em uma baixa anual de 21,2%. A margem bruta caiu 1,7 ponto percentual (p.p.), a 27,6%.
Por fim, as despesas de Casas Bahia relativas a vendas, gerais ou administrativas, foram 4,2% menores no 4T23, atingindo R$ 1,944 bilhão.