Fatura de cartão de crédito ‘simplificada’ reduz endividamento, mostra estudo do Banco Central

Com um layout mais enxuto e uma linguagem mais simples, o cartão de crédito pode ser motivo para menos dívidas.

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É o que mostra estudo do Banco Central (BC) que analisa o efeito da mudança no layout da fatura de cartão de crédito no Relatório de Economia Bancária (REB).

A autoridade monetária antecipou os dados sobre o estudo, mas o documento com detalhes, na íntegra, será publicado na manhã desta quinta-feira (6).

Atualmente, o crédito é a modalidade mais utilizada pelos brasileiros, com 65 milhões de pessoas (cerca de 40% da população adulta) realizando mais de 200 milhões de operações mensalmente no ano de 2021.

Além disso, os dados do BC mostram que, na média, 30% da dívida das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) vem do cartão – incluindo as modalidades de compras no cartão de crédito à vista, parceladas e as faturas no rotativo.

Com mudanças simples no layout, a dinâmica de endividamento no cartão pode reduzir, segundo o BC.

“Além da desatenção, a complexidade do produto, o baixo nível de letramento financeiro dos usuários e as faturas confusas são alguns dos fatores que podem resultar na utilização indesejada do crédito rotativo ou parcelamento”, diz o banco.

“Os resultados sugerem que layouts de fatura de cartão de crédito que aprimoram a clareza e a organização das informações oferecidas ao consumidor têm o potencial de melhorar o entendimento sobre o produto financeiro, incentivar melhores decisões financeiras e reduzir o endividamento”, segue.

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Entenda o experimento com o cartão de crédito

Esses dados do Banco Central integram um experimento feito no escopo de promoção da Cidadania Financeira, feito pelo próprio banco de forma online e em parceria com a empresa de consultoria e pesquisa Plano CDE e com apoio financeiro da Fletcher School of Law and Diplomacy, escola da universidade norte-americana Tufts University.

No experimento, os participantes foram selecionados de forma equânime, incluindo diversas pessoas de diferentes gêneros, idades e condições econômicas. A ideia é  entender quais seriam os impactos da mudança no layout, na prática.

Em resumo, um grupo recebeu uma fatura alterada em partes, com organização e redação com melhores informações sobre custos e taxas aplicadas ao cartão de crédito.

O outro recebeu uma fatura que dava destaque para as opções de pagamento com juros mais baixos em conjunto com as demais mudanças aplicadas ao primeiro grupo.

Em ambos os casos, as faturas tinham informações sobre taxa de juros e encargos tradicionais dos bancos.

O estudo também analisou o efeito de um preenchimento prévio do valor a ser quitado ao pagar a fatura e o efeito de ter ou não o dinheiro, em saldo, para quitar a fatura.

Depois de avaliarem a conta do cartão, os participantes, responderam 14 perguntas sobre as informações básicas sobre como funciona o cartão de crédito.

Uma mudança no layout, segundo a autoridade, fez com que os correntistas ‘compreendessem melhor os dados apresentados’ e também ficassem mais bem informados para identificar as consequências de aceitar o rotativo do cartão de crédito.

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Eduardo Vargas

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