Em entrevista à Miriam Leitão, da Globonews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (28) que o governo estudava prorrogar o desconto para carros populares, englobando pessoas jurídicas. O governo acabou confirmando depois a declaração do ministro. Com os recursos perto de se esgotarem, o programa de incentivo à compra de veículos será prorrogado, com a extensão do desconto a empresas compradoras, afirmou o Ministério da Fazenda.
Segundo Haddad, o governo nem as montadoras esperavam a alta demanda por carros econômicos e menos poluentes.
“Nós estamos discutindo com o presidente Lula e o vice-presidente Alckmin, eventualmente, a prorrogação para veículos abertos, para pessoa jurídica, porque isso afeta determinadas montadoras. Isso está sendo discutido em virtude desse particular em que as pessoas físicas esgotaram o crédito do programa antes da abertura para pessoa jurídica”, disse Haddad em entrevista.
Na conversa com a jornalista, Haddad afirmou que a demanda por carros mais econômicos e menos poluentes surpreendeu as montadoras e o governo, praticamente esgotando os recursos disponíveis para o programa. Segundo o ministro, uma nova linha de subsídios será lançada e anunciada em breve.
Originalmente, a possibilidade de empresas, como locadoras de veículos, entrarem no programa de compra de carros acabaria no último dia 20, mas a exclusividade para pessoas físicas se beneficiarem dos descontos foi estendida por duas semanas. Para as compras de ônibus e caminhões, a exclusividade acabou no último dia 21, e as empresas já podem adquirir esses veículos com desconto.
Segundo o painel de dados lançados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), R$ 420 milhões dos R$ 500 milhões em crédito tributário para a compra de carros já foram usados. Isso equivale a 84% do total.
Em algumas montadoras, o total de crédito pedido esgotou-se. Na terça-feira (27), a Volkswagen suspendeu a produção de carros no Brasil, alegando estagnação do mercado e pátios cheios. De acordo com o painel do MDIC, a montadora teve R$ 60 milhões de créditos tributários liberados.
Quanto aos subsídios de veículos pesados e de passageiros, os valores executados não sofreram alteração desde a semana passada. Os créditos tributários para a venda de caminhões somam R$ 100 milhões, 14% dos R$ 700 milhões disponíveis. Para a venda de ônibus, foram concedidos R$ 140 milhões em crédito, de um total de R$ 300 milhões disponíveis.
Programa para carros populares
O programa varia na concessão de bônus de R$ 2 mil a R$ 8 mil no preço de carros de até R$ 120 mil – desconto mínimo de 1,6% e máximo de 11,6% no valor. O desconto é aplicado com base nos critérios já divulgados: veículos mais baratos, menos poluentes e considerando a densidade industrial.
O pacote também beneficia a compra de novos caminhões, ônibus e vans, com créditos que vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.
As empresas que concederem o desconto aos carros contarão com crédito tributário junto à União. O custo total para o governo é de R$ 1,5 bilhão.
Desse total, R$ 500 milhões servirão para a parcela voltada aos carros, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans. De acordo com Haddad, o programa deve se encerrar quando for alcançado o crédito de R$ 1,5 bilhão, que será pago pelo governo a partir da reoneração do diesel.
(Com informações de Agência Brasil)