Carros ‘parados em estoque’ estão no maior volume em dois anos, revela Anfavea
O mercado de carros e automóveis iniciou o mês de julho com seu maior estoque ‘parado’ dos últimos dois anos. O fenômeno é fruto das montadoras que seguram o ritmo de produção apesar da irregularidade no fornecimento de peças.
Conforme os números divulgados nesta sexta (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), junho terminou com 145,5 mil carros e veículos nos pátios de fábricas e concessionárias, o que corresponde a um acréscimo de 21,6 mil unidades em relação a número apurado um mês antes.
Desde junho de 2020, quando os estoques eram de 157,6 mil unidades, não se tinha tantos veículos novos à disposição do mercado.
Levando em conta o ritmo atual do mercado, de 8,5 mil veículos vendidos por dia, o total em estoque cobre hoje 24 dias de venda, acima dos 21 dias do início do mês passado.
Diante da acomodação das vendas em junho, após a reação mostrada nos dois meses anteriores, os estoques voltam assim ao volume de antes da crise do fornecimento de peças, sobretudo componentes eletrônicos, responsável por provocar há mais de um ano paralisações de montadoras.
Aumento de estoque ocorre por conta de ‘fila de peças’ para carros
Durante a apresentação dos resultados do setor no mês passado, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que o aumento do estoque é explicado pela finalização de carros que estavam à espera de peças.
Com a chegada dos componentes, esses veículos foram entregues ao mercado. O executivo descartou que os veículos estejam encalhados por falta de consumidores.
“Essa questão não é um problema de venda no varejo”, assegurou Leite.
“Em função da crise de abastecimento, é muito normal uma montadora ficar com veículo incompleto parado em sua linha de produção. No momento em que recebe os componentes, acabam desovando um número maior de veículos”, acrescentou o presidente da Anfavea.
Segundo ele, essa situação aconteceu, principalmente, em duas marcas de carros, sem esclarecer quais. Leite observou que o giro dos estoques continuam, no entanto, bem abaixo do patamar de antes da pandemia: entre 38 e 43 dias.
Com informações do Estadão Conteúdo