O Carrefour (CRFB3) comunicou ao mercado que criou um Comitê Externo de Livre Expressão sobre Diversidade. Segundo o fato relevante, o objetivo é que esse comitê assessore a rede de supermercados em diretrizes e ações contra o racismo em todas as unidades.
Essa medida é em resposta à morte de João Aberto Silveira de Freitas, um homem negro que morreu espancado em uma unidade da rede na semana passada em Porto Alegre. De acordo com o Carrefour, esse comitê tem tolerância zero ao racismo.
“O mesmo comitê indicou que, em sinal de respeito à morte de João Alberto Silveira de Freitas, nesta quinta-feira (26), todas as lojas do Carrefour deverão ser fechadas até as 14h, sendo reabertas com um minuto de silêncio”, informou o documento.
Além disso, a rede afirmou que todo o resultado dos dias 26 e 27 de novembro, será revertido para ações orientadas pelo comitê, valor somado aos R$ 25 milhões já anunciados e o resultado de vendas do dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra e um dia depois da morte de Freitas.
O fato relevante citou uma lista de diretrizes que guiará o novo comitê.
- Adotar uma política de tolerância zero ao racismo e à discriminação por razões de etnia, origem, condição social, identidade de gênero, orientação sexual, idade, deficiência e religião no Carrefour
- Iniciar imediatamente a transformação radical no modelo de segurança, internalizando as equipes das três lojas da cidade de Porto Alegre e estabelecendo regras rigorosas de recrutamento e treinamento para transformar o time de segurança.
- Divulgar de forma clara, ostensiva e permanente uma política de tolerância zero a todo tipo de discriminação, com treinamento de todos os colaboradores em todas as unidades do Carrefour
- Oferecer qualificação diferenciada para 100 negros e negras por ano para aceleração na carreira no Carrefour, permitindo que cheguem mais rapidamente a cargos de liderança
- Apoio a instituições de ensino distribuídas pelo país para formação profissional de jovens negros e negras.
Além da contratação aproximada de 20 mil novos colaboradores por ano com o percentual mínimo de 50% de negros entre novos contratados.
“Esses compromissos, que seguem as orientações do comitê, não trazem de volta a vida de João Alberto Silveira Freitas, mas o Carrefour Brasil espera que estas medidas sejam um importante passo de um longo caminho no combate à discriminação racial”.
Carrefour esclarece à CVM oscilações atípicas de ações
Em resposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Carrefour esclareceu que as movimentações atípica de ações está relacionada com a reação dos investidores aos desdobramentos da morte de João Alberto Silveira Freitas.
Segundo o fato relevante do Carrefour, na última segunda-feira (23), quatro dias após a morte de Freitas, os papéis encerraram o pregão com queda de 6,96%, negociados a R$ 18,97. Dez dias antes, dia 13, as ações haviam encerrado em alta de 2,10%, cotadas a R$ 19,41.
“Em função das repercussões verificadas e da oscilação atípica observada ao longo do pregão de 23 de novembro, a companhia decidiu divulgar um fato relevante, dando ampla divulgação e disseminação no mercado de seu posicionamento oficial, acerca do ocorrido”, informou o Carrefour.