O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (25) a aquisição das lojas do Grupo Big pelo Carrefour (CRFB3), com restrições acordadas anteriormente pelas empresas em conjunto ao órgão regulatório. A decisão dos conselheiros foi unânime.
De acordo com o Cade, será necessário vender algumas das unidades de autosserviço do Grupo Big. Apesar de a empresa não divulgar oficialmente quantas lojas deverão ser vendidas, uma fonte do Valor Econômico informou que seriam 14 unidades.
Inicialmente, a proposta feita pela Superintendência Geral em janeiro indicava a venda de seis unidades. Além disso, a SG sugeriu a aprovação do negócio, com os “remédios” mencionados.
A SG ressalta os “remédios comportamentais” com três elementos, já que as companhias são concorrentes em três mercados:
- Comércio varejista de autosserviço (envolvendo supermercado, hipermercado, atacarejos e clubes de compras);
- Atacado de distribuição de produtos primordialmente alimentícios e outros bens;
- Revenda de combustíveis no varejo.
A autarquia observa que o cenário após da operação não tem potencial de gerar preocupações concorrenciais nos mercados de atacado de distribuição e de postos de combustíveis. Também em relação ao setor de varejo de autosserviço, a Superintendência afastou riscos concorrenciais na maioria dos mercados relevantes.
A compra do Grupo Big pelo Carrefour ficou em R$ 7,5 bilhões e envolve a aquisição de 386 unidades de varejo de autosserviço, 15 postos de combustíveis e 11 centros de distribuição para realizar atividades atacadistas do Big, controlado pela gestora Advent e pelo Walmart, sendo formado por sete marcas (Big, Big Bompreço, Nacional, Super Bompreço, Sam’s Club, Todo Dia e Maxxi Atacado).
É esperado que entre as marcas mencionadas,devem desaparecer Big e Maxxi, conforme a divulgação do negócio que foi feita em março do ano passado. Os hipermercados BIG e Bompreço serão convertidos em bandeiras Carrefour, Atacadão ou Sam’s Club. O Maxxi deve virar Atacadão. Com o Big, o Carrefour passa a ter 876 lojas e R$ 100 bilhões em vendas anuais.
Com a aprovação do negócio pelo Cade, o Carrefour alcança o objetivo de montar uma megaestrutura de sistemas, logística e distribuição integradas, que seja a base para que o varejo e o atacarejo operem de forma rentável e equilibrada.
Cotação do Carrefour
A ação do Carrefour opera em queda de 1,1%, a R$ 19,61, às 15h. No ano, acumula ganhos de 35,89%.