O Carrefour (CRFB3), que anunciou a compra do Grupo Big em março do ano passado, deve se desfazer de uma parte das lojas da rede adquirida.
Nesta terça-feira (25), a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou que o negócio entre as empresas seja aprovado “mediante a adoção de remédio negociado com as empresas, que mitiga riscos concorrenciais decorrentes da operação”.
A aquisição ficou em R$ 7,5 bilhões e envolve a compra de 386 unidades de varejo de autosserviço, 15 postos de combustíveis e 11 centros de distribuição para realizar atividades atacadistas do Big. O negócio foi notificado ao Cade em julho de 2021.
De acordo com a Superintendência, as companhias são concorrentes em três mercados:
- Comércio varejista de autosserviço (envolvendo supermercado, hipermercado, atacarejos e clubes de compras);
- Atacado de distribuição de produtos primordialmente alimentícios e outros bens;
- Revenda de combustíveis no varejo.
A autarquia analisa que o cenário após da operação não tem potencial de gerar preocupações concorrenciais nos mercados de atacado de distribuição e de postos de combustíveis. Também em relação ao setor de varejo de autosserviço, a Superintendência afastou riscos concorrenciais na maioria dos mercados relevantes.
“Contudo, para uma pequena parcela de mercados envolvidos nesse setor, não foram verificados elementos suficientes para descartar a probabilidade de exercício de poder de mercado por parte das empresas envolvidas no negócio, mesmo após avaliação de possíveis eficiências que pudessem compensar os efeitos negativos decorrentes da operação”, diz a nota. “Assim, para mitigar os problemas concorrenciais identificados na análise do ato de concentração, a SG/Cade negociou com as partes um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) por meio do qual estão previstos remédios estruturais e comportamentais”, afirmou a entidade, em nota.
A proposta aponta desinvestimentos de algumas unidades de varejo de autosserviço, “além de compromissos comportamentais relacionados à não concorrência e à manutenção da viabilidade econômica das unidades desinvestidas até a efetiva transferência dos negócios”.
Carrefour (CRFB3): Cade decide aprofundar análise da compra do BIG
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerou “complexo” o ato de compra do Grupo BIG pelo Atacadão, empresa afiliada do Grupo Carrefour (CRFB3), e decidiu aprofundar a análise da operação antes de emitir uma decisão sobre o caso.
Em despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU), a Superintendência determina a realização de novas diligências para aprofundar análises de pontos que suscitam preocupação concorrencial e analisar as eventuais eficiências econômicas geradas pela operação. O negócio foi anunciado pelo Carrefour em março, por R$ 7,5 bilhões, e notificado ao Cade em julho.
A operação envolve a aquisição, pelo Carrefour, de 386 unidades de varejo de autosserviço, 15 postos de combustíveis e 11 centros de distribuição para realizar atividades atacadistas do BIG.
“A aquisição do Grupo BIG expandirá a presença do Carrefour Brasil em regiões onde tem penetração limitada, como o Nordeste e Sul do País, e que oferecem forte potencial de crescimento. A rede de lojas do Grupo BIG, portanto, apresenta forte complementaridade geográfica”, afirma a companhia em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em março.