Carrefour (CRFB3) fechará 16 lojas em Belo Horizonte; empresa comenta a operação

O Carrefour (CRFB3) vai fechar as 16 lojas que possui em Belo Horizonte (MG) e devolver os imóveis que são alugados ao grupo DMA, proprietário das redes regionais de supermercados Epa, Mineirão e Brasil Atacarejo.

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“Informamos que as lojas de supermercado em questão já não operavam sob nenhuma bandeira do Grupo Carrefour Brasil e que, cumpridas determinadas condições, daremos andamento à devolução dessas unidades para o proprietário dos imóveis”, diz o Carrefour.

O grupo DMA tem operações em sete estados, além de postos de combustíveis das bandeiras Mais Brasil e Petrobras (PETR4).

Segundo fontes informaram ao jornal Valor Econômico, o Carrefour também venderá todos os ativos das lojas, como balcões, freezers e estoques. A varejista alugava as lojas do grupo DMA, mas discutia na Justiça o contrato do aluguel.

Os estabelecimentos pertencem à incorporadora imobiliária WRV, do grupo DMA. A operação já foi aprovada pela Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Quem é o grupo DMA?

Segundo o ranking 2022 da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o grupo DMA é o nono maior varejista de alimentação do Brasil, e vai ficar com participação de mercado entre 20% e 50% com a recuperação das lojas.

Em 2021, o Carrefour já havia transferido 16 lojas de bairro ao grupo Supernosso.

Posicionamento do Carrefour

O Carrefour enviou nota ao Suno Notícias sobre esses fechamentos:

“Informamos que as lojas de supermercado em questão já não operavam sob nenhuma bandeira do Grupo Carrefour Brasil e que, cumpridas determinadas condições, daremos andamento à devolução dessas unidades para o proprietário dos imóveis. Reforçamos que Estado de Minas Gerais é uma praça estratégica e conta com 18 lojas do Grupo distribuídas por todo o estado, sendo 7 Lojas Hipermercado Carrefour, 10 Atacadão e 1 Sam’s Club, além de postos e drogarias que continuarão com seu funcionamento normal.”

Carrefour (CRFB3): banco corta preço-alvo das ações e cita dificuldades operacionais

No início do mês, o Itaú BBA reiterou recomendação neutra e reduziu o preço das ações do Carrefour. Para os analistas, a integração do BIG continua sendo um obstáculo para os papéis, o que contribui para o momento operacional permanecer fraco.

“Somado a ventos contrários relacionados à macroeconomia, provavelmente teremos outro trimestre de números fracos no Carrefour”, projeta o BBA.

De acordo com os analistas, a inflação nos alimentos desacelerou no 3T23 e provavelmente afetará as vendas do Carrefour, principalmente na divisão de atacado. Aliado a isso, o BBA aponta um ambiente sem sinais claros de aumento de compra dos consumidores.

Outro ponto destacado no relatório do BBA, divulgado nesta quarta-feira (04), é os problemas relacionados à integração do BIG. Segundo o banco, uma parte da integração (conversões de bandeira) foi concluída no segundo trimestre, mas há etapas pela frente.

“Além da maturação das lojas convertidas, o momento operacional fraco do negócio de supermercados legados do BIG requer uma virada significativa”, aponta o BBA.

Neste contexto, a equipe do BBA mantém recomendação neutra, reduzindo o preço-alvo de R$ 11,40 para R$ 10,30 das ações do Carrefour. Nesta quinta (5), os papéis do Carrefour fecharam em queda de 1,47%, a R$ 8,70.

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Carrefour: BBA estima impacto negativo do BIG

O BBA estima que as vendas líquidas do Carrefour fiquem em R$ 105 bilhões e R$ 116 bilhões nos anos de 2023 e 2024, respectivamente. 

A divisão de varejo foi objeto de maior revisão, com o Atacadão com receitas 7% mais baixas em 2023 e 2024. A equipe do BBA projeta margens Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 5,8% neste ano 2023 e 6,3% em 2024, aumento de 30 pontos base, considerando reduções de despesas e maturação das lojas convertidas.

Para Sam’s Club, os analistas preveem um aumento de lojas, consolidando no total cerca de 53 unidades até 2024, o que puxa as revisões de receita para cima (+1% em 2023 e +4% em 2024). Com isso, as margem Ebitda prevista neste não é de 5,1%, enquanto para o próximo ano de 5,8%

“Esperamos um impacto negativo maior nas lojas do BIG. Nossas novas estimativas de margem Ebitda estão 110 pontos base mais baixas em 2023 (em 2,4%) e 80 pontos base mais baixas em 2024 (em 3,2%), em comparação com nossos números anteriores”, diz o BBA.

Para o BBA, as despesas fiscais relatadas no 1S23, levaram a uma revisão significativa para baixo na estimativa de lucro líquido do Carrefour em 2023, cerca de R$ 91 milhões negativos. Em 2024, a previsão é de um lucro líquido de R$ 1,45 bilhão.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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