Após o Carrefour Brasil (CRFB3) divulgar na noite desta quarta-feira (17) seu balanço do quarto trimestre de 2020, o Goldman Sachs e a XP divulgaram, em relatório, suas perspectivas sobre os dados. O banco americano afirmou que os números bateram as expectativas e a XP disse que a rede de supermercado teve resultados sólidos.
A XP Investimentos manteve sua recomendação para o Carrefour em neutra, com preço-alvo para as ações ordinárias fixados em R$ 25. Já o Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 25,20. Às 13h, os papéis eram negociados a R$ 20,49, subindo 1,79%.
Para a XP, o Carrefour demonstrou bons desempenhos no atacarejo, onde atua com a marca Atacadão, e no varejo, onde atua com o nome da controladora. Além disso, os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt, Marco Nardini e Marcella Ungaretti apontam para a boa recuperação do Banco Carrefour.
A receita líquida dessa frente caiu 13% na base anual, mas, no quarto trimestre, atingiu um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 266 milhões, ante prejuízo de R$ 4 milhões no terceiro trimestre.
Para XP, Carrefour tem de melhorar no ESG
No lado negativo, a XP pontua para a queda das vendas do e-commerce no segmento não-alimentar, por conta, principalmente, do cancelamento das campanhas da Black Friday após o incidente em Porto Alegre.
A XP também destacou a redução da receita líquida do Banco Carrefour, que caiu 13% na base anual, com clientes financiando menos e com a instituição flexibilizando prazos durante a pandemia.
Em relação ao fato de um homem negro ter sido morto por seguranças no estacionamento de uma loja do grupo, a XP vê o Carrefour agindo de forma positiva, com destaque para a transformação do modelo de segurança implementado nas lojas, mas pontua que ainda há “muito mais a ser feito”.
O Goldman Sachs destaca o desempenho do atacadão, que teve crescimento recorde. Apesar da inflação ser parte do desempenho, os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Chandru Ravikumar pontuam que o Carrefou apresentou bom desempenho com clientes B2B.
A margem de lucro caiu no ano, para 14,1%, refletindo a decisão de brigar por competitividade. A alavancagem, entretanto, gerou resultados, com as vendas nas mesmas lojas avançando mais de dois dígitos. O Carrefour ainda compensou melhorando seu custos gerais e administrativos.
Como riscos, o Goldman Sachs pontua que a inflação de alimentos pode sofrer um choque e que há riscos de execução nas estratégias promocionais do Carrefour.