O empresário Carlos Wizard Martins foi ouvido nesta quarta-feira (30) na CPI da Covid, onde preferiu permanecer em silêncio.
Os senadores convocaram Carlos Wizard, fundador da rede de escolas de inglês Wizard, para depor sobre a atuação do governo do presidente Jair Bolsonaro na gestão da pandemia do novo coronavírus.
Mas antes de ser um conselheiro de Bolsonaro, Wizard se tornou bilionário graças ao seu negócio do ramo da educação.
O empresário criou o Grupo Multi Holding, maior rede de escolas particulares de idiomas do País. A companhia, dona das marcas Wizard, Yazigi, Microlins e Skill, foi vendida à multinacional britânica Pearson, em 2014.
Hoje, o empresário é dono da varejista de produtos naturais Mundo Verde e da escola de futebol Ronaldo Academy. Continuou no business de línguas com uma participação na rede Wise Up. O investidor possui uma fortuna estimada de R$ 2,1 bilhões, segundo a Forbes.
Carlos Wizard entrou nos holofotes por depor na CPI da Covid. O empresário é apontado por senadores como um dos integrantes do suposto “gabinete paralelo”, um grupo de pessoas que aconselhavam o presidente da República Jair Bolsonaro por baixo dos panos em decisões estratégicas relativas ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
De acordo com informações dO Estado de S.Paulo, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello convidou o bilionário para assumir o posto de secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, em junho de 2020. Carlos Wizard negou após reações negativas à fala sobre recontagem de mortos dado que governadores e prefeitos estariam, segundo ele, inflando os números para receberem mais recursos.
Ainda segundo o jornal, o investidor afastou quaisquer movimentos para aquisição de medicamentos e/ou financiamento de comunicação sobre o tratamento precoce, além de nunca ter integrado um gabinete paralelo.
O empresário tem o direito concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso de responder sobre fatos que impliquem autoincriminação.
Veja a trajetória de Carlos Wizard
Conforme publicado, em 2013, pelo UOL, Carlos Wizard nasceu em Curitiba (PR), filho de uma mãe costureira e pai motorista de caminhão. Na juventude, tornou-se mórmon, por meio da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Aprendeu inglês através de contatos e aulas com missionários norte-americanos.
Carlos Wizard entrou na universidade mórmon Brigham Young, na qual cursou Análise de Sistemas e Tecnologia.
De volta ao Brasil, passou a dar aulas particulares de inglês para compensar o salário. O empresário criou uma metodologia própria, abriu a primeira escola e conquistou alunos. O negócio expandiu-se para um modelo de franquias, adquirindo em um segundo momentos as marcas Yazigi, Microlins e Skill, as quais, além da Wizard, foram vendidas à Pearson por quase US$ 2 bilhões.
A Wizard pertence a Pearson desde 2014 e nosso posicionamento é muito diferente de Carlos Martins. Apesar de continuar usando a palavra “Wizard” em seu nome, hoje o empresário é sócio de uma concorrente da marca. pic.twitter.com/l5exLQpYda
— Wizard by Pearson (@WizardBrazil) June 30, 2021
Em 2014, o executivo comprou a rede de produtos naturais Mundo Verde e adquiriu, no ano seguinte, as marcas Topper e Rainha, segundo o Estadão Conteúdo. Em 2016, trouxe a rede de fast food Taco Bell ao Brasil.
Um ano depois, Carlos Wizard voltou ao mercado de línguas, com a aquisição de 35% da Wise Up.
Há 1 ano, postei este posicionamento público sobre a aproximação de Wizard do governo e deixei claro q fui contra sua iniciativa, desde qdo tomei conhecimento PELA IMPRENSA.
Hoje, ao vê-lo na CPI, tenho ainda +convicção da distância que sempre mantive de tudo isso. Lamento. https://t.co/LJ33GYHC1o
— Flávio Augusto (@GeracaodeValor) June 30, 2021
