Carlos Ghosn compareceu à primeira audiência preliminar de seu julgamento, nesta quinta-feira (23). Ghosn é ex-presidente da aliança automotiva da Nissan e Renault.
Carlos Ghosn se apresentou por volta das 9h30, hora local, no Tribunal de Distrito de Tóquio. O executivo estava acompanhado por quatro de seus advogados, entre eles, Junichiro Hironaka, responsável pela sua defesa que apresentou aos promotores os pontos discordantes das acusações.
A sessão foi fechada à imprensa e durou cerca de 30 minutos. No entanto, participaram dela um juiz, os promotores, Ghosn, sua defesa e um intérprete, segundo a emissora “NHK”.
De acordo com a emissora, os advogados pediram para que os promotores revelassem suas provas o mais rápido possível.
Ghosn é acusado de ocultar as compensações financeiras feitas com a Nissan das autoridades financeiras do Japão. Além disso, é acusado de abusar da confiança da companhia japonesa utilizando fundos corporativos e realizar transações não comerciais para a japonesa.
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Acusações contra Ghosn
Carlos Ghons é acusado de ao menos quatro crimes, sendo eles:
- Ganho de R$ 334 milhões, entre 2010 e 2015, sem que fosse declarado R$ 167,4 milhões;
- Uso indevido de bens da Nissan;
- Repasse aos cofres da Nissan de dívida particular de US$ 16,6 milhões;
- Prejuízo de US$ 5 milhões para a montadora em transferência para fundo em Omã.
Quem é Ghosn?
Carlos Ghosn é um executivo brasileiro que comandou a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Na Nissan e na Renault, ocupava o cargo de presidente do conselho e presidente executivo. Na aliança entre as montadoras, número na venda de carros em 2017, era presidente executivo.
Sua carreira nas montadoras foi iniciada em 1996, quando entrou na Renault, após sair da também francesa Michelin. Três anos depois, passa a trabalhar a Nissan também, em um parceria com a Renault. Em 2016, a Mitsubishi é comprada pela Renault, e Ghosn passa a presidir a aliança automotiva.
No entanto, em 2018, o executivo é preso no Japão acusado de sonegação e fraude. Em 6 de março deste ano é solto sob pagamento de fiança e diversas restrições. No entanto, pouco mais de um mês após a soltura, Carlos Ghosn é preso novamente por novas denúncias de sonegação financeira. Em 25 de abril é solto pela segunda vez, mediante pagamento de fiança.
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