O ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, deve continuar preso no Japão pelo menos até março. O Tribunal Distrital de Tóquio confirmou nesta quinta (17) a decisão anterior de negar liberdade ao executivo.
O Tribunal do Japão rejeitou, portanto, recurso apresentado pela defesa de Carlos Ghosn para libertá-lo. Ela havia sido dada na última terça (15).
O período adicional em que o ex-presidente da Nissan permanecerá preso é referente a uma lei do Japão. No país, se um pedido de liberdade sob fiança é rejeitado, o acusado deve continuar preso por no mínimo dois meses após a decisão. Para Ghosn, o prazo vai até 10 de março.
O Tribunal poderá reavaliar a situação do executivo a cada mês depois desse período. Sua defesa pode até tentar novos pedidos de libertação do cliente. Mas é comum que advogados no Japão esperem por um fato novo para apresentar outras solicitações de soltura com pagamento de fiança.
O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, afirmou nesta quinta que vai recorrer da decisão na Suprema Corte.
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Renault
Na última quarta-feira (16), o governo francês convocou um conselho de administração da montadora para selecionar um sucessor para Carlos Ghosn. O governo francês é o primeiro acionista da Renault.
Ghosn perderá seu último cargo de executivo em montadoras, com a provável saída da Renault.
A Nissan e a Mitsubishi já o retiraram do posto de presidente de seus conselhos administrativos após a prisão em novembro. As três empresas têm uma aliança da qual o executivo era líder.
As acusações contra Carlos Ghosn
Confira abaixo as acusações que o executivo encara:
- Sonegação de renda: Ghosn é investigado por subestimar a sua renda entre 2010 e 2018.
- Transferência de prejuízos pessoais para a Nissan: durante a crise global de 2008, o ex-presidente transferiu parte da dívida de investimentos pessoais para a Nissan. Conforme Ghosn, a multinacional estaria consciente da movimentação.
- Uso pessoal de imóveis comprados pela Nissan: uma investigação interna da fabricante de carros revelou que uma subsidiária montada na Holanda, que supostamente financiava investimentos de capital de risco, foi utilizada para comprar ou alugar imóveis corporativos, nos quais o executivo se hospedava quando viajava. Dos quatro imóveis identificados em quatro países diferentes, um fica no Rio de Janeiro.
O ex-diretor da Nissan, Greg Kelly, que enfrentava acusações mais leves que Carlos Ghosn, teve o pedido de liberdade sob fiança aceito em 25 de dezembro.
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