Ghosn, ex-presidente da Nissan, pede auxílio à França após sua 2ª prisão

Carlos Ghosn, ex-presidente-executivo da Nissan e da Renault, pediu auxílio na defesa de seus direitos ao governo francês, após ser preso novamente no Japão. O empresário possui cidadania na França, além do Brasil e o Líbano.

O ministro das Finanças da França afirmou que o brasileiro precisa usufruir da presunção de inocência, segundo a agência “Reuters”. E que Ghosn está recebendo proteção consular, a assistência das embaixadas da União Europeia dada a seus cidadãos em outros países.

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O principal advogado de Ghosn, Junichiro Hironaka, defende que os procuradores queriam silenciar o empresário.

Afinal, na quarta-feira (3), o brasileiro publicou em sua conta do Twitter a intenção de realizar a sua primeira coletiva de Imprensa no dia 11 de abril.

“A intenção dos procuradores é pressionar ele, e impedi-lo de falar livremente”, disse Hironaka.

A acusação mais recente contra Carlos Ghosn é de que o executivo teria dado prejuízo à Nissan em cerca de US$ 5 milhões. Isto durante um período de dois anos e meio que se estendeu até julho de 2018.

Conforme a agência de notícias “Kyodo”, o prejuízo abrange a transferência de fundos, por meio de uma empresa de Omã, à uma conta da Nissan que é de posse do brasileiro.

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As acusações contra Carlos Ghosn

O ex-presidente da Renault, Carlos Ghosn, foi preso em 19 de novembro de 2018, preventivamente. Foi solto sob fiança em 6 de março deste ano.

Confira abaixo as acusações contra Ghosn:

  • Sonegação de renda: a Promotoria japonesa diz que o ex-presidente da Nissan declarou apenas metade do que recebeu entre os anos de 2010 e 2018.
  • Transferência de prejuízos pessoais para a Nissan: a Promotoria alega abuso de confiança por parte do executivo, que transferiu temporariamente perdas de investimento pessoal para a Nissan em 2008. Ghosn, por sua vez, afirma que agiu com “a aprovação dos diretores da Nissan”. O brasileiro disse que pediu à empresa para assumir, de forma temporária, a garantia de seus contratos de câmbio durante a crise financeira global de 2008. Ainda conforme Ghosn, a única outra alternativa à esta ação seria renunciar e usar os recursos de sua aposentadoria como garantia.
  • Uso pessoal de imóveis comprados pela Nissan: uma investigação interna da multinacional revelou que uma subsidiária montada na Holanda, que supostamente financiava investimentos de capital de risco, foi utilizada para comprar ou alugar imóveis corporativos, nos quais o executivo se hospedava quando viajava. Dos quatro imóveis identificados em quatro países diferentes, um fica no Rio de Janeiro.

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Histórico profissional de Carlos Ghosn

Confira abaixo os principais pontos do histórico profissional do primeiro homem a tornar-se presidente-executivo de mais de uma montadora de carros, simultaneamente:

  • 1999: a aliança Renault-Nissan nascia, com a fabricante francesa adquirindo 36,8% da montadora japonesa. Na época, a Nissan tinha dívida na casa dos US$ 20 bilhões. Ghosn chegou na multinacional nesse momento. Em seu currículo, já havia a passagem de 18 anos na Michelin, e o recente auxílio às atividades sul-americanas da Renault.
  • 2001: foi nomeado presidente-executivo da companhia, após utilizar suas habilidades em cortar custos. Em pouquíssimo tempo, o executivo transformou a Nissan, que estava à beira da falência, em uma companhia de vendas anuais na casa dos 100 bilhões de euros.
  • 2005: o então presidente da Nissan passou também a controlar a parceira francesa Renault. Esse foi o momento no qual se consagrou como a única pessoa na história a assumir a presidência de duas montadoras simultaneamente.
  • 2008: Ghosn foi nomeado presidente e diretor-executivo da Nissan.
  • 2009: desta vez, foi nomeado também presidente e diretor-executivo da Renault.
  • 2016: a Nissan completou a aquisição controladora de 34% na Mitsubishi Motors. Dessa forma, Ghosn tornou-se presidente da Mitsubishi além de seus postos na Renault-Nissan.
Amanda Gushiken

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