Preso no Japão por supostas irregularidades financeiras, o ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn negou as acusações e afirmou ser inocente no caso.
“Eu fui acusado erroneamente e fui injustamente detido com base em alegações sem mérito e sem substância”, disse o comunicado que Carlos Ghosn apresentou durante audiência no Tribunal Distrital de Tóquio para justificar o motivo de sua detenção prolongada.
Essa foi a primeira aparição pública do ex-executivo brasileiro desde a prisão em 19 de novembro, de acordo com o Estadão.
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O ex-presidente da Nissan foi à sessão de terno e chinelos, aparentemente mais magro do que em registros anteriores à detenção.
Mais de mil pessoas compareceram ao tribunal a fim de assistir a audiência. Todavia, apenas 14 cadeiras estavam disponíveis para o público em geral.
O juiz Yuichi Tada, que conduziu a audiência, leu as acusações e declarou que Ghosn encontra-se preso por conta do risco de fuga, bem como para evitar que ele esconda evidências.
Os promotores de Tóquio acusam o ex-executivo de subestimar, de forma intencional, os seus rendimentos em dezenas de milhões de dólares nos registros financeiros da Nissan.
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Somado à isso, os promotores também ponderam que o brasileiro aproveitou de sua posição para atingir ganhos pessoais, por forçar a empresa a assumir perdas pessoais em investimentos com derivativos.
Conforme o chefe da equipe de advogados do ex-presidente, Motonari Otsuru, a Nissan tinha conhecimento das operações mencionadas pelos promotores.
Otsuru completou que a multinacional concordou em assumir os contratos de empréstimos tomados por Carlos Ghosn.