O ex-presidente da aliança entre Renault e Nissan, Carlos Ghosn, discursou pela primeira vez desde sua fuga do Japão no dia 31 de dezembro. Ghosn afirmou durante uma entrevista coletiva no Líbano que nunca deveria ter sido preso.
“As alegações são falsas e eu nunca deveria ter sido preso. Estou aqui para limpar meu nome”, afirmou o ex-executivo da Nissan. Carlos Ghosn disse ainda que “os princípios dos direitos humanos foram violados” com sua prisão. Isso porque, segundo ele, a justiça japonesa segurou os seus documentos de defesa.
Veja também: Ações da Saudi Aramco são pressionadas pelas tensões geopolíticas
Ghosn afirmou que a queda no desempenho da Nissan, há três anos, foi o precursor da perseguição contra ele. O executivo foi alvo de quatro acusações por crimes financeiros no Japão. No país, o magnata vivia sob prisão domiciliar desde abril de 2019.
Carlos Ghosn também disse que não vai ser “mais ser refém de um sistema judicial japonês fraudulento em que se presume culpa, onde direitos humanos básicos são negados”. Ele ainda acrescentou que não fugiu da justiça e sim escapou da injustiça e da perseguição política. “Agora posso finalmente me comunicar livremente com a mídia e estou ansioso para começar na próxima semana”, reiterou.
Criticas de Ghosn a Nissan
“Aprendi que minha provação nos últimos 14 meses é o resultado de um punhado de indivíduos sem escrúpulos e vingativos na Nissan”, disse Carlos Ghosn. “Uma das razões pelas quais estou nessa situação hoje é que aceitei esta oferta para continuar a integrar as duas empresas, convergir as duas empresas”, acrescentou.
Acusações contra o magnata
Carlos Ghosn foi acusado, no Japão, por abuso de poder corporativo, por não ter declarado US$ 80 milhões em receita e ter feito a Nissan assumir uma de suas dívidas pessoais. Além disso, o executivo também teria utilizado fundos da empresa para aumentar seu subsídio de aposentadoria.