O ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, Carlos Ghosn, está processando a Nissan e a Mitsubishi na Justiça da Holanda. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (18) por um porta-voz brasileiro.
Conforme as informações divulgadas, Carlos Ghosn entrou com uma ação contra as montadoras por conta das acusações de má conduta financeira que sofreu.
A acusação feita é de que violação abusiva de contrato por parte da Nissan e da Mitsubishi. Para o executivo, as empresas não apresentaram nenhuma prova das acusações realizadas contra ele.
A indenização solicitada pelo ex-presidente é de 15 milhões de euros (cerca de R$ 62,8 milhões). A ação foi aberta na Holanda pois o país sedia a Nissan-Mitsubishi BV (NMBV). Nenhuma das montadoras comentou o caso.
“A Nissan e a Mitsubishi violaram a lei holandesa no processo de demissão, ao recusar-se repetidamente a apresentar qualquer comprovação ou documentação que comprovasse suas acusações contra Carlos Ghosn, o que é obrigatório pela lei holandesa”, afirmaram os conselheiros do executivo.
Em novembro do ano passado, Ghosn foi preso por acusações de má conduta financeira em Tóquio. No entanto, após pagar fiança, ele foi solto e aguarda julgamento.
Denuncia da Renault
Em junho, a Renault também denunciou seu ex-presidente, Carlos Ghosn, por ter identificado gastos suspeitos de 11 milhões de euros.
Saiba mais: Carlos Ghosn será denunciado pela Renault por gastos suspeitos
O Estado francês detém 15% da montadora. Portanto, segundo o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, o papel do governo é assegurar que a governança da companhia funcione bem.
A administração da Renault alegou que Ghosn não especificou algumas despesas e outras demonstraram superfaturamento, como viagens de avião. Além disso, consta nas despesas doações a organizações sem fins lucrativos.
Investigação no Brasil
A Nissan também realizou uma investigação interna contra Ghosn no Brasil. O foco da apuração é extrair informações arquivadas em computadores e celulares durante o período em que o executivo foi presidente da empresa.
A pedido de executivos da Nissan, cientistas forenses buscarão evidências virtuais que possam contribuir para o julgamento do executivo.
Os investigadores tentarão encontrar informações sobre parceiros de negócios de Carlos Ghosn na América Latina e no Oriente Médio.