Os preços dos alimentos vêm subindo mensalmente e o impacto é certeiro no bolso do consumidor. A cidade de São Paulo lidera o ranking de preços da cesta básica, sendo necessário desembolsar R$ 777,01 para consumir os 13 alimentos que a compõem.
Logo atrás da capital paulista vêm Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19), Rio de Janeiro (R$733,14), Campo Grande (R$ 701,65), Curitiba (R$ 701,26), Brasília (R$ 698,36), Vitória (R$ 692,84), Goiânia (R$ 674,08) e Fortaleza R$ 657).
De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada em 17 cidades pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as maiores altas mensais foram registradas no Nordeste, em Fortaleza (4,54%), Natal (4,33%) e João Pessoa (3,36%).
Para o trabalhador assalariado paulista, 69% da sua renda mensal é destinada para compra de alimentos da cesta básica, suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Das 220 horas trabalhadas em um mês, 141 horas e dois minutos são apenas para compra desses alimentos.
Está cada vez pior
Se for considerado o salário mínimo líquido atual, ou seja, com desconto de 7,5% referente à Previdência Social, cerca de 59% do valor mensal recebido foi destinado para compra de uma cesta básica em junho deste ano. Há um ano, quando o salário mínimo era de R$ 1.100, a porcentagem destinada aos produtos da cesta básica era de 54,79%.
Em 2017 o salário mínimo era de R$ 937 e era possível comprar 2,3 cestas básica. Depois de cinco anos, o poder de compra caiu e, em 2022, o trabalhador que recebe o piso nacional, R$ 1.212, consegue comprar 1,6 cesta básica.
O poder de compra diminuiu e afetou diretamente o assalariado. Em junho de 2021 eram necessárias 111 horas e 30 minutos de trabalho para adquirir uma cesta básica – doze meses depois, em junho de 2022, o tempo médio é de 121 horas e 26 minutos.
Os preços não param de subir
No mês de junho oito dos 13 alimentos que integram a cesta básica registraram aumento no preço médio comparado a maio. O leite integral liderou as altas com 9,3%, seguido pelo feijão carioquinha (5,78%), café em pó (4,43%), farinha de trigo (3,10%), pão francês (1,44%), manteiga (0,76%), óleo de soja (0,67%) e banana (0,33%).
No acumulado de 12 meses o cenário piora: 12 dos 13 produtos subiram o valor. As maiores altas ficaram para a batata (92,13%) e o café em pó (83,14%). Outros produtos são: tomate (75,44%), óleo de soja (32,83%), feijão carioquinha (30,27%), açúcar refinado (30,22%), leite integral (29,66%), farinha de trigo (28,51%), banana (25,87%), pão francês (19,87%), manteiga (19,21%) e carne bovina de primeira (6,99%).
Salário mínimo x cesta básica
Com base no valor da cesta básica de São Paulo, o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas deveria ser R$ 6.527,67, 5,39 vezes maior que o piso atual, de acordo com o Dieese.