Dividendos são uma estratégia importante para investidores de longo prazo, e por isso a opinião dos principais candidatos à presidência sobre o tema chama atenção dos eleitores que investem na bolsa de valores. Os quatro candidatos à Presidência da República, que lideram as pesquisas de intenção de voto nas eleições de 2022, demonstram serem contra a isenção de dividendos.
Confira abaixo as propostas dos principais candidatos sobre tributação de dividendos (na ordem em que aparecem nas pesquisas eleitorais):
Propostas dos candidatos sobre taxação de dividendos
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Em seu plano de governo, Lula indica que planeja criar um novo regime fiscal. Nesta iniciativa foi indicado que haveria uma simplificação de taxas para menor pagamento de brasileiros com menor poder aquisitivo – já os mais ricos sofreriam maior taxação.
O ex-presidente indicou que estuda elevar a faixa de isenção do IRPF dos atuais R$ 1.903,98 para cerca de R$ 5 mil. A ideia do petista também é a de começar a cobrar imposto sobre lucros e dividendos e possivelmente elevar a tributação sobre heranças.
- Jair Bolsonaro (PL)
O governo Bolsonaro articula colocar em votação a reforma do Imposto de Renda. Com isso, a taxação de dividendos seria instituída. Por meio dessa medida, o governo busca verbas para bancar o prosseguimento, a partir do próximo ano, do pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil.
Em seu plano de governo, Bolsonaro alega que seguirá com a implementação de alterações e reformas estruturantes na área econômica. O candidato à reeleição propõe a correção da tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas, que isentaria trabalhadores que recebam até 5 salários mínimos (atualmente o equivalente a R$ 6.060).
- Ciro Gomes (PDT)
Ciro Gomes indica, em seu plano de governo, que pretende taxar lucros e dividendos. O candidato promete também reduzir o conjunto de impostos sobre a renda a dois impostos gerais, o de Pessoa Física e o de Pessoa Jurídica. O candidato sugere subir a alíquota máxima dos
atuais 27,5% para 35%.
Em relação aos valores para a faixa de isenção, a campanha de Ciro afirma que dependerá de estudos complementares, associados à estratégia de fazer o salário mínimo subir acima da inflação.
- Simone Tebet (MDB)
Simone Tebet também se posicionou a favor da taxação de dividendos. Ao ser questionada sobre a reforma tributária e Imposto de Renda, em entrevista ao Jornal Nacional no dia 26 de agosto, a candidata defendeu que a classe média não pague IR. Em seguida, Tebet afirmou ser favorável à cobrança de imposto sobre os lucros oferecidos aos acionistas.
Sobre dividendos, a candidata se compromete com uma revisão do Imposto de Renda e eliminar a regressividade do sistema atual, no qual os mais ricos pagam, proporcionalmente à sua renda, menos impostos do que os mais pobres.
(Laís Seguin)