Campos Neto: saída de capital diminuirá e contas externas melhorarão
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta sexta-feira (26), em relação ao setor externo, que “a saída de capital vai diminuir e as contas externas vão melhorar” no Brasil.
Campos Neto afirmou, durante live promovida pela Brazilian-American Chamber of Commerce of Florida (BACCF), que a indústria de manufaturados vem apresentando “caminhos desiguais de queda e recuperação”.
O presidente do BC também utilizou o consumo de eletricidade no mercado livre para mostrar a diferença entre os segmentos da indústria, na apresentação. O setor com o melhor desempenho foi o de cimento, que registrou alta de 13,1%, enquanto todos os restantes ainda permanecem em patamares negativos:
- têxtil (43,4%);
- veículos (41,4%);
- química (15,5%);
- alimentação (8,8%);
- bebidas (6,9%);
- papel e celulose (6,3%);
- metalurgia (6,2%).
A comparação foi realizada com base nos níveis de 10 de junho e nos patamares dia 13 de março.
Por outro lado, os gráficos apresentados por Campos Neto revelam que em todos os casos os números já anotaram patamares inferiores aos atuais em algum ponto da crise. Os resultados são calculados com médias móveis de cinco dias.
O presidente da autarquia também salientou, baseando-se em dados da Cielo (CIEL3), que os números “preliminares indicam alguma recuperação do varejo, com a exceção dos serviços”.
Campos Neto considera política monetária compatível com impactos
Além disso, o economista reforçou a mensagem divulgada desde a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) feita semana passada. Na ocasião, o colegiado cortou a taxa básica de juros (Selic) de 3% ao ano para 2,25% ao ano.
“Neste momento, o Comitê considera que a magnitude do estímulo monetário já implementado parece compatível com os impactos econômicos da pandemia da covid-19”, afirmou Campos Neto.
“Para as próximas reuniões, o Comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda e antevê que um eventual ajuste futuro no grau de estímulo monetário será residual”, complementou o presidente do BC.
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No cenário exterior, por sua vez, o economista ressaltou que o balanço dos bancos centrais de países desenvolvidos passam por forte expansão devido às respostas para a crise. Entre essas economias, Campos Neto citou Estados Unidos, União Europeia (UE) e Japão.