Campos Neto rechaça crítica sobre o limite de juros no cheque especial

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC) respondeu às críticas à medida da instituição monetária central em fixar o teto para os juros do cheque especial. Segundo ele, diferentemente do que ocorre hoje, os bancos poderão estabelecer tarifas para oferecer o limite dessa modalidade de crédito.

“Se fosse tabelamento, não tinha tarifa. Os bancos vão poder cobrar tarifa proporcional para quem usa o produto. Se fosse tabelamento, era só colocar limite de juros”, disse Campos Neto ao jornal “O Estado de S.Paulo”.

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O cheque especial é o crédito disponibilizado pelo banco quando o cliente, no “vermelho”, realiza pagamentos ou transferências mesmo com a conta sem saldo suficiente.

Campos Neto dá exemplo de outros países

Campos Neto disse que países como os Estados Unidos, a Inglaterra e a Austrália também colocaram limites para o custo de produtos emergenciais, como o cheque especial. No entanto, o teto é mais alto se comparado proporcionalmente.

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“Nos Estados Unidos, para usar o correspondente ao cheque especial, para ter o limite, você paga; se usar o limite, você paga; se você passar do limite, paga também. Tem vários tipos tarifa”, afirmou Campos Neto.

O presidente do BC afirmou que o redesenho desse modelo de crédito foi pensado para que quem está embaixo da pirâmide não pague para quem está em cima ter o “luxo” de ter o produto mesmo quando não utiliza. “A finalidade é tirar o peso das costas de quem tem menos recursos e estava pagando para um custo que não era associado ao produto que ele estava usando”, disse.

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O presidente do Banco Central reconheceu que esta é a primeira vez que no País se decide impor uma taxa máxima para uma linha de crédito com recursos livres, não tendo um objetivo estipulado por lei (como o crédito imobiliário). “Só a autorregulação não resolvia esse problema”, salientou o presidente.

Campos Neto também lembrou que a utilização do cheque especial possui pouca sensibilidade ao preço. Ou seja, independentemente do custo, os clientes continuam a usar uma das modalidades de crédito mais caras do Brasil. Segundo ele, nesses casos, a autorregulação tem pouco efeito.

Jader Lazarini

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