O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta terça-feira (26), que hoje foi observado um “movimento atípico no câmbio” e, por conta disso, a autoridade monetária escolheu fazer as intervenções. Ele também salientou que, caso o mesmo movimento seja observado amanhã, a intervenção voltará a ser colocada em prática.
“Hoje tivemos um movimento bastante atípico, o câmbio se descolou das outras moedas. Nós entendemos que era um momento onde o câmbio não estava funcional e fizemos duas intervenções, exatamente na linha do que tenho dito”, afirmou Campos Neto em evento.
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“Se amanhã entendermos que, de novo, existe um movimento disfuncional, vamos voltar a fazer intervenção como fizemos hoje”, salientou o presidente do BC.
“Acho que há uma guerra sobre quem tem domínio sobre a tecnologia, Estados Unidos ou China”, diz Campos Neto
Campos Neto ainda declarou que há diversos fatores que influenciam o rebaixamento da revisão das expectativas de crescimento global. Dentre os motivos, citou os limites das políticas monetárias atuais, além de destacar a fala da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, em relação à importância de coordenação entre as políticas monetária e fiscal.
“É um reconhecimento de que a política fiscal precisa vir para ajudar. Reconhecimento de que o grau de estímulo monetário está perto do fim”, realçou Campos Neto.
O presidente do BC também citou o envelhecimento populacional, o endividamento e as tensões comerciais. “Acho que há uma guerra sobre quem tem domínio sobre a tecnologia, Estados Unidos ou China. Isso vai se aprofundar”, declarou Campos Neto.
Intervenção do Banco Central
O BC decidiu tomar providências após o dólar bater recordes nesta terça. O BC anunciou leilão extra para vender a moeda à vista. A operação aconteceu entre às 11h03 e às 11h08 e não foram divulgadas as quantidades ofertadas.
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De acordo com a autoridade monetária presidida por Campos Neto, a taxa de corte do leilão foi de R$ 4,2320. Antes dessa operação, o BC também promoveu a venda à vista de dólares e de swap cambial reverso, que corresponde a venda de dólar no mercado futuro.