O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, na última segunda-feira (6), que a taxa de juros básica (Selic) permanecerá próximo do patamar atual por um longo período, assim como a taxa de câmbio deverá seguir desvalorizada “durante um tempo”. A fala foi dita em entrevista a “Record News”.
Campos Neto também afirmou que a economia já está em um momento de retomada e, segundo ele, em ritmo acelerado. O presidente do BC destacou que as estimativas para a atividade devem dar sinais de melhoras e as projeções para a inflação também podem avançar.
“Esse novo equilíbrio [juros mais baixos e câmbio desvalorizado] é um equilíbrio que vai permanecer durante um tempo, ou seja, nós entendemos que, se o Brasil fizer o trabalho fiscal bem feito, nós conseguiremos sobreviver com uma taxa de juros mais baixa por um tempo mais longo, e o outro lado da moeda é um câmbio um pouco mais depreciado”, afirmou o executivo.
O presidente do BC também disse que a desvalorização cambial que aconteceu nos últimos meses não se deu apenas no Brasil. Mesmo que aqui tenha sido forte, outros países com mercados emergentes também sofreram com a saída de recursos em meio à crise nos meses de março e abril. “De abril para cá tem estabilizado, não só para o Brasil, mas nos mercados emergentes de uma certa forma”, disse Campos Neto.
O executivo disse que o Brasil não está nem perto de ter recebido parte dos recursos que saíram. Entretanto, segundo ele, “esses recursos tendem a voltar rapidamente” com a realização das tarefas que estão na agenda. “E esse início da volta do crescimento tem sido de uma forma até relativamente acelerado”, acrescentou Campos Neto.