Ícone do site Suno Notícias

Caminhoneiros iniciam paralisação após alta do diesel pela Petrobras (PETR4)

Apesar da paralisação, caminhoneiros citaram que movimento não irá trancar estradas nem algo do gênero, por ora - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Apesar da paralisação, caminhoneiros citaram que movimento não irá trancar estradas nem algo do gênero, por ora - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Caminhoneiros que transportam carros (cegonheiros) e combustíveis decidiram parar os caminhões em suas bases e não fazer novas viagens a partir desta sexta-feira (11).

Em comunicado divulgado ontem, as empresas afirmaram que o aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras (PETR4), de 25% do diesel, inviabilizou o frete e que, até que as condições financeiras sejam restabelecidas, a frota de ficará parada. A orientação para caminhoneiros com cargas em andamento é que terminem as entregas e voltem para as bases.

Ou seja, uma greve dos caminhoneiros como a vista em anos anteriores ainda está longe, com somente atos inicias de parada no trabalho.

O assessor executivo da presidência da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maués, diz que se trata de uma paralisação técnica, sem bloqueios nas estradas. “O aumento fez com que o sistema entrasse em colapso.”

Wagner Jones Almeida, outro assessor da CNTA e empresário do ramo de transporte de combustível, também confirmou as paralisações na sua área.

“Já havia uma defasagem nos preços do frete de 24% a 25%. O novo aumento inviabilizou o custo, pois as empresas já não aceitavam reajustar os valores”, disse. “Agora piorou.”

Na quinta (10), após 57 dias, a Petrobras anunciou aumento de 25% do diesel e de 19% da gasolina. O reajuste vale a partir desta sexta (11). Com a escalada dos preços do petróleo por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, a estatal não conseguiu segurar os reajustes.

Ainda assim, o preço no mercado interno está bem abaixo do avanço da commodity no mercado internacional.

Caminhoneiros pleiteiam greve maior por conta da abrangência do diesel

“O que temos de ter em mente é que não parou por aí. Daqui a pouco vem mais 11% de reajuste”, disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão.

Para ele, essa não é uma pauta só dos caminhoneiros, mas de toda a sociedade. “Como ocorreu em 2013, com as passagens de ônibus, chegou a hora de toda população protestar, pois isso vai acabar no bolso de todo consumidor.”

Ele explica que, com os aumentos sendo repassados para o frete, todos os produtos vão encarecer nos supermercados, lojas e shoppings. Questionado sobre uma paralisação apenas dos caminhoneiros, ele diz que isso pode ocorrer de uma forma natural, mas não orquestrada – como os cegonheiros e transportadores de combustível. “Ou seja, com o aumentos dos custos, muitas viagens podem se tornar inviáveis economicamente. Ninguém vai trabalhar no prejuízo.”

Para Maués, da CNTA, está se criando uma equação semelhante à de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. “Hoje há um descontentamento geral com a situação, seja por parte das transportadoras, agronegócio e outros agentes da sociedade.”

Além dos caminhoneiros, lembra ele, as colheitadeiras, trens e ônibus também usam diesel. Portanto, segundo ele, a greve e o movimento contrário aos aumentos deve ser em conjunto com toda a sociedade. “O caminhoneiro não pode ser usado como massa de manobra.”

Com Estadão Conteúdo

Sair da versão mobile