A Camil (CAML3) teve um lucro líquido de R$ 85,1 milhões no quarto trimestre fiscal de 2020, período que abrange os meses entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021. O resultado perfaz uma alta de 1,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo o balanço divulgado na noite da última quinta-feira (6), o resultado no trimestre ocorreu em função de um menor volume total no trimestre. De acordo com a Camil, foram 444,7 mil toneladas de alimentos comercializados, enquanto no quarto trimestre de 2019 haviam sido 537,9 mil toneladas, representando uma queda de 17,3%.
A administração da empresa disse que os volumes apresentaram forte volatilidade em todo o ano fiscal de 2020, “com um cenário de patamares elevados de custo de aquisição de insumos e matéria-prima em nossas categorias”.
A receita líquida, por sua vez, somou R$ 1,83 bilhão no quarto trimestre, avançando 22,7% na comparação de ano para ano. O maior avanço foi da parte alimentícia brasileira, que subiu 25,4% na mesma base comparativa, contribuindo com R$ 1,36 bilhão.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 146 milhões no quarto trimestre, alta de 6,5%. Mesmo assim, a margem Ebitda, útil para mensurar a lucratividade operacional da empresa, caiu 1,2 ponto percentual em um ano, para 8%.
“O resultado foi influenciado pela redução de vendas da marca líder Coqueiro e redução de vendas da marca de ocupação Pescador no trimestre”, afirmou a companhia. “Esse resultado ocorreu, principalmente, pela dificuldade de originação de sardinha no exercício, fruto da dificuldade de importação da matéria-prima nos mercados exportadores pelos efeitos da pandemia da Covid-19.”
No trimestre, os volumes de arroz, que é o carro-chefe da empresa, caíram 5,3%, para 162,4 mil toneladas. Compensando em partes esse resultado, os volumes de feijão subiram 13,5%, saindo de 20 mil toneladas para 22,7 mil toneladas. Os pescados como um todo, na comparação de trimestre contra trimestre, recuaram 28,2%.
Capex da Camil aumenta, mas alavancagem recua
O Capex da empresa subiu 151,3% no quarto trimestre fiscal de 2020, saindo de R$ 31,4 milhões para R$ 78,9 milhões, “devido a retomada dos investimentos no ano previstos no primeiro semestre que foram postergados por conta da pandemia”, comentou a administração.
No ano, foi feito o investimento de R$ 36 milhões em novas aquisições, em plantas no Rio Grande do Sul e Pernambuco, além dos custos com a migração da unidade de São Paulo para Osasco (SP). Outras obras de expansão das operações e investimentos em segurança de trabalho também foram notados.
O endividamento total da empresa encerrou o trimestre em R$ 2,2 bilhões alta de 37% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Vale ressaltar que a empresa realizou uma nova emissão de debêntures no terceiro trimestre de 2020, no valor de R$ 350 milhões, e realizou esforços para alingamento do endividamento.
Mesmo assim, a alavancagem financeira caiu de 2,3 vezes para 1,4 vez na base anualizada. A liquidez total, considerando o caixa e equivalentes de caixa, encerrou março em R$ 1,1 bilhão, quase dobrando o montante registrado um ano antes.
As ações da Camil encerraram o último pregão negociadas a R$ 9,92. O desempenho dos papéis neste ano é negativo em quase 10%.