O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária poderá intervir “pesadamente” no câmbio, caso julgue necessário. Por outro lado, segundo o executivo, o BC não trabalha com nível de preço para o câmbio. A fala foi dita nesta quarta-feira (2) em um evento online realizado pela “Bloomberg”.
Campos Neto destacou que, em um certo momento, quando a moeda norte-americana estava chegando no patamar de R$ 6, o BC avaliou que o câmbio estava descolado. A autoridade monetária estava pronta para realizar uma intervenção mais acentuada e chegou a se preparar para isso, porém o dólar começou a se estabilizar novamente e voltou para um patamar próximo aos R$ 5. O presidente do BC reiterou que, caso estes problemas de “disfuncionalidade”, identificados no passado, aconteçam novamente, a autoridade monetária poderá agir “pesadamente”.
Em relação a volatilidade cambial, Campos Neto repetiu uma fala que já foi dita outras vezes de que o BC não possui instrumento válido para lutar contra isto. Além disso, o presidente do BC afirmou que a autarquia continua estudando os fatores que estão provocando a volatilidade do câmbio, falando sobre a realização de mais contratos pequenos e o uso do real como hedge.
Campos Neto disse que o câmbio é flutuante, e mesmo que o BC atue para diminuir a alta de uma moeda, ele não fará nada para manter a moeda em um determinado patamar. O presidente do BC disse que a volatilidade do câmbio “está um pouco mais alta do que deveria estar”.
Por fim, Campos Neto afirmou que a volatilidade do câmbio também deve diminuir com a aprovação das reformas que estão em tramitação no governo.