A Câmara dos Deputados votou nesta quinta-feira (20) pela manutenção do veto presidencial, que proíbe a concessão de reajustes a servidores públicos, que evita um impacto nas contas públicas de quase R$ 120 bilhões.
Em votação folgada, foram 316 votos de deputados a favor do veto, e 165 contra. Para derrubar a medida do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), eram precisos 257 votos de deputados. Com isso, sem chegar ao patamar mínimo, a Câmara conseguiu manter o veto presidencial e reverter uma derrota do governo federal.
A decisão ocorre após o Senado derrubar o ato na última quarta-feira (19), com votos inclusive de parlamentares a aliados da administração Bolsonaro.
Depois da votação no Senado, foi realizado uma grande articulação política, liderada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes do centrão. O resultado também representa uma vitória para o novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Sem reversão da Câmara é impossível governar, diz Bolsonaro
Após a derrota no Senado, o presidente Bolsonaro criticou a derrubada afirmando que seria “impossível governar o Brasil” caso a Câmara dos Deputados não reverta a decisão.
“Ontem o Senado derrubou um veto que vai dar prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Então eu não posso governar um país”, pontuou o mandatário. “Se esse veto [não] for mantido na Câmara, é impossível governar o Brasil, impossível. É responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco”.
“Essa decisão [da Câmara] é muito importante hoje porque o presidente vai eventualmente anunciar uma prorrogação do auxílio emergencial, e esse impacto pode e vai certamente mudar a possibilidade dos valores e do prazo que esse auxílio vai ser prorrogado”, afirmou o líder do governo na casa.