Privatização dos Correios: Câmara começa a discutir urgência em PL
O requerimento de urgência para o projeto de lei que cria um novo marco postal e abre espaço para a privatização dos Correios começou a ser discutido na Câmara nesta terça-feira (20).
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já havia sinalizado que iria pautar a proposta sobre a privatização dos Correios, mas não há acordo entre as lideranças para aprovar o pedido, segundo apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A urgência torna a proposta prioritária na fila de votação de projetos da Casa e permite que ela possa ser pautada no plenário a qualquer momento.
Contra a urgência, o deputado Paulão (PT-AL) disse que o projeto é “lesa pátria” e atenta contra a cidadania e o povo brasileiro. “O PT não colocará a digital nesse projeto que lesa a soberania”, afirmou.
Em uma tentativa de retirar o requerimento da pauta, o parlamentar apelou para o fato de Lira ter sido seu colega na Câmara de Vereadores de Maceió e ressaltou que o projeto de lei não foi discutido em comissões e audiências públicas.
Em resposta a Paulão, Lira disse que nada será aprovado sem que haja concordância da maioria dos deputados.
O deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), por sua vez, disse que os serviços dos Correios são ruins e motivo de chacota. “É motivo de vergonha para nós, agentes públicos, que devemos fiscalizar e garantir a boa prestação do serviço público”, afirmou o político.
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Venda dos Correios poderá ser tanto majoritária como de 100% de ações
No mês passado, a secretária do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Martha Seillier afirmou que o governo decidiu que a privatização dos Correios será feita por venda do controle acionário da estatal.
Segundo Seillier, o que ainda será definido é se a venda para o privado será apenas de parte majoritária da empresa ou de 100% das ações. A previsão, por ora, é que o leilão ocorra em 2022.
“Decidimos pela venda do controle, ainda não sabemos se terá participação minoritária da União”, afirmou Seillier. Antes da afirmação da secretária, o governo já havia divulgado que a primeira etapa dos estudos sobre o futuro dos Correios apontou que a melhor opção para a privatização é pela venda de controle acionário.
Com informações do Estadão Conteúdo