Em meio ao agravamento da crise energética, hoje ocorrerá a primeira reunião da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética, a CREG, às 10 horas.
O grupo foi criado pelo governo nesta semana por meio de uma Medida Provisória (MP). Caberá ao comitê “adotar medidas emergenciais para enfrentar os riscos de escassez hídrica, a fim de garantir a continuidade e segurança do suprimento eletroenergético”.
Presidido pelo ministro de Minas e Energia, o grupo será formado ainda pelos ministros do Desenvolvimento Regional, Agricultura, Meio Ambiente, Infraestrutura e da Economia.
Entre outras competências, a MP também deve definir diretrizes para, em caráter excepcional e temporário, estabelecer limites de uso, armazenamento e vazão das usinas hidrelétricas.
As decisões devem levar em conta os riscos e os eventuais impactos nas políticas energética, ambiental e de recursos hídricos. Todas as medidas e ações adotadas serão pagas pelos consumidores via encargos na conta de luz.
Crise energética causará alta da conta de luz
Nesta terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste de 52% para a taxa extra embutida atualmente nas contas de luz.
A chamada bandeira vermelha nível 2 passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, como forma de compensar os custos com o maior uso das termoelétricas.
O novo adicional vai valer a partir de julho. O reajuste da bandeira tarifária vermelha levou o mercado a revisar suas projeções para a inflação no ano. As estimativas passaram a variar entre 6% e 6,71% – muito acima do teto da meta, que é de 5,25%.
Em maio, os preços da energia já haviam influenciado o IPCA. Para uma inflação geral de 0,83% – o maior índice para o mês desde 1996 -, o grupo energia contribuiu sozinho com 0,23 ponto porcentual.
Esse não será, porém, o único reajuste programado para os próximos meses. Ontem mesmo, a agência já abriu uma consulta pública para uma segunda correção de valores, em meio ao agravamento da crise energética.