A presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Rita Serrano, disse nesta quinta-feira (17) que o banco deve ter novidades nas loterias no segundo semestre deste ano. Segundo ela, a instituição deve voltar a assumir as “raspadinhas”, como a loteria instantânea é conhecida.
“Estamos nos preparando para voltar a assumir a loteria instantânea“, disse a executiva, em entrevista à imprensa para comentar os resultados do banco no segundo trimestre.
A Caixa operou a antiga Lotex até 2016, quando a modalidade foi extinta pelo governo de Michel Temer (MDB).
A recriação da loteria é um projeto da equipe econômica do governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que planeja arrecadar até R$ 5 bilhões com o produto, de acordo com informações divulgadas pela imprensa.
Serrano disse ainda que a Caixa quer competir em outras modalidades de loteria, mas não deu maiores detalhes.
Lucro no segundo trimestre
Rita Serrano disse que o resultado do banco no segundo trimestre deste ano reflete a retomada do papel público, após a transição entre os governos Bolsonaro e Lula. Segundo ela, mesmo sob pressão, sua gestão tem apresentado resultados competitivos.
“O lucro do segundo trimestre é positivo, um crescimento de 40% em um ano, baseado em crédito”, disse ela. “Mesmo com a gestão sob forte pressão, apresentamos resultado de agente que disputa no sistema financeiro.”
As especulações sobre a reforma ministerial do governo Lula, para acomodar partidos do chamado Centrão, envolvem uma possível substituição de Serrano à frente da Caixa. Quando questionada sobre o tema, ela diz que o cargo pertence a Lula, e que a recomendação dele tem sido de que ela continue o trabalho.
A executiva voltou a dizer que sua gestão encontrou o banco sucateado em termos tecnológicos, e com uma série de problemas na gestão de pessoas. “Em apenas seis meses, fizemos com que a Caixa retomasse papel no desenvolvimento do País”, afirmou.
Lucro líquido da Caixa avança 40,9% no 2º trimestre e atinge R$ 2,6 bilhões
A Caixa Econômica Federal reportou um lucro líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2023, resultado 40,9% acima do reportado no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o banco público acumulou R$ 4,5 bilhões de lucro, valor 3,2% maior na base anual.
A margem financeira da Caixa alcançou R$ 28,8 bilhões ao fim de junho, aumento de 22,9% em relação a um ano atrás. O destaque ficou com as receitas da carteira de crédito, que aumentaram em 34,6% em relação ao ano anterior. O resultado com operações de Títulos e Valores Mobiliários (TVM) e derivativos aumentou 18,1%.
Lembrando que a Caixa é um banco público, além de ser o maior banco do Brasil em número de clientes, crédito, contas digitais e depósitos em poupança.
Caixa: carteira de crédito
A carteira de crédito da Caixa totalizou R$ 1,062 trilhão, um avanço de 14,4% em um ano, tendo a maior carteira de crédito nacional. A carteira do Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, fechou o segundo trimestre em R$ 1,045 trilhão, e do Itaú (ITUB4) em R$ 1,015 trilhão.
A carteira de crédito total da Caixa teve 92% de seu saldo com garantias reais, com grande concentração em operações de longo prazo, principalmente por conta da carteira imobiliária, que corresponde a 64,3% da carteira total. Sendo assim, o banco teve R$ 1,6 trilhão em garantias.
A participação de mercado da Caixa no crédito imobiliário foi de 67,5% no período, com 1,3 milhão de contratações no primeiro semestre. No programa Minha Casa Minha Vida, a participação da Caixa é de 99%.
O índice de inadimplência da Caixa terminou em 2,79% ao fim de junho, número que representou um crescimento de 0,9 ponto percentual em 12 meses, sendo que desconsiderando o impacto de um único caso específico, o índice seria de 2,46%.
As receitas com banco com prestação de serviços (RPS) alcançaram o valor de R$ 12,5 bilhões no semestre, alta de 3% em relação ao ano de 2022. Destaque para o aumento de 29,1% em produtos de seguridade, além do crescimento de 6,5% em cartões de débito e crédito e 5,4% nos serviços de governo.
Desenrola Brasil
Lançado ao final do primeiro semestre pelo governo federal, o programa que ajuda na reestruturação financeira pessoal de pequenos devedores, Desenrola Brasil, fez a Caixa atingir R$ 1,5 bilhão em dívidas negociadas para mais de 70 mil clientes, em 89 mil contratos.
Com informações de Estadão Conteúdo