Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, pretende cortar os juros do cheque especial para 2% ao mês. No mês passado, o banco estatal já havia cortado de 4,99% para 4,95% a taxa do cheque especial de clientes que recebem seus salários na instituição.
O executivo da Caixa, em entrevista ao jornal “O Globo”, afirmou que solicitou à sua equipe que estude o assunto. Para viabilizar o corte da taxa para este nível, ele crê na ampliação do volume de clientes e na queda da inadimplência.
“A gente passou o cheque especial de 14% para 4%, e o meu objetivo é ir para 2%, 2,9% ao mês. Nós tínhamos uma inadimplência ‘X’ quando cobrávamos 14%, temos uma inadimplência muito menor quando cobramos 4,9%. Se a gente conseguir reduzir a inadimplência e aumentar a carteira, podemos continuar diminuindo o cheque especial porque o que interessa para a gente é a rentabilidade”, disse.
Caixa quer facilitar o financiamento imobiliário
Guimarães também busca uma “revolução” no financiamento habitacional do Brasil, com a nova linha de financiamento com juros fixos, que deve ser lançada em março. De acordo com o executivo, o banco “vai tornar mais fácil o crédito imobiliário no Brasil”, impulsionando as demais instituições para que façam o mesmo.
O novo método terá prazo de financiamento de 30 anos e a taxa de juros será no mínimo de 6,5% ao ano, a mais baixa da instituição. Todavia, ele não revelou quais serão as taxas a serem cobradas, mas ressaltou que serão competitivas.
Para se precaver com possíveis prejuízos, caso os indicadores econômicos piorem, a Caixa vai incluir na tarifa o custo de hedge (proteção), que será feito via compra de títulos públicos ligados à inflação. Para que o cliente não tenha perdas ao assumir um contrato de longo prazo, com juros pré-fixados, o banco assumirá os riscos.
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“Hoje, o cliente tem o risco da TR (Taxa Referencial), que pode subir em caso de alta da Selic, e da inflação, com o IPCA. Ele terá uma taxa fixa e não terá que se preocupar com inflação. No caso da Caixa, como a gente se defende? Comprando títulos que tenham correlação com a inflação. Vou fazer um financiamento (com a compra dos títulos públicos) e vou pagar nos próximos 30 anos. Isso nunca aconteceu. Essa modalidade será uma revolução”, salienta Guimarães.